sexta-feira, 30 de abril de 2010

ELEIÇÃO POLARIZADA - em primeira mão para o Brasil.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Eleição Polarizada – Carta Capital n˚ 594

Coluna Rosa dos Ventos – Maurício Dias

A retirada da pré-candidatura do Deputado Ciro Gomes à Presidência da República consolida uma pergunta que já rondava o debate sobre a sucessão presidencial: para onde escoarão os votos do eleitor de Ciro? Para Serra ou para Dilma?
Na terça-feira 27, o PSB defenestrou Ciro Gomes. A Executiva do partido decidiu, por 11 votos contra 2, que os socialistas não teriam candidatura própria à Presidência da República. Mas, além desse fator, sem a presença de Ciro Gomes na competição, cresce a possibilidade de a eleição de outubro ser definida no primeiro turno. Um resultado possível em eleição polarizada, entre petistas e tucanos, e ainda com forte viés plebiscitário como será a de outubro.
Nesse ambiente inteiramente polarizado,a oposição e a imprensa que a vocaliza reagiram à decisão do PSB de retirar o nome de Ciro do páreo e, principalmente, contra a decisão de consolidar o apoio à candidata governista.
O que será dos votos de Ciro? O cientista político Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus, responde à pergunta assim: “os votos de Ciro Gomes vão mais para Dilma Rousseff do que para José Serra. Em dados gerais, pelos nossos cruzamentos, 50% vão para a candidata do PT e 30% para o candidato do PSDB.”
Para ele, os 20% restantes seriam redistribuídos igualmente entre Marina Silva, do PV, e os indecisos.
“Se considerarmos as proporções para Dilma e para Serra, temos 65% dos votos indo para ela e 35% para ele”, diz Guedes.
A lógica do raciocínio de Ricardo Guedes baseia-se no princípio do que ele considera “pacto do tipo social-democrata europeu”, que teria se formado no Brasil. Ou seja, “a esquerda passa a ser institucionalizada, e a direita cede para programas sociais”.
Os votos de Ciro Gomes favoreceriam, assim, Dilma Rousseff por estar na posição de centro-esquerda do especto político.
Guedes lembra que o eleitor de Marina Silva, o terceiro nome da disputa com potencial de voto pequeno, mas possivelmente decisivo, pode vir a fazer voto útil em Dilma, na reta final das eleições. Isso ocorreu com a ex-senadora Heloísa Helena, do PSOL, nas eleições presidenciais de 2006. Ela chegou a ter 15% das intenções de voto (um número muito próximo ao porcentual máximo atingido por Ciro nas pesquisas de 2009) e terminou com 5%.
Guedes afirma que o voto dela “fluiu para Lula”.
O nome de Plínio de Arruda Sampaio, recentemente definido como pré-candidato do PSOL, ainda não foi incluído nas pesquisas.
Ricardo Guedes engrossa o coro daqueles que acham possível (como já falou João Francisco Meira, do Vox Populi), a eleição ser decidida pela via rápida, em apenas um turno. A favor da candidata do PT.
As condições econômicas e sociais favorecem a candidatura de Dilma Rousseff, que expressa o voto na continuidade, estando a oposição com dificuldades de formular um projeto alternativo para o País. Com a tendência de maior conhecimento de Dilma, as intenções de voto permanecerão equilibradas até o início do período eleitoral, com os programas eleitorais nos meios de comunicação e os debates”.
Ao contrário do que se esperava, a questão ambiental não tomou conta dos debates. Isso projeta dificuldades para Marina manter um porcentual de votos acima de um dígito. A pesquisa Ibope, mais recente, indicou que 10% dos eleitores votariam nela se a eleição fosse hoje.
Os debates, segundo Guedes, serão fundamentais para a alteração, ou não, dessas tendências. Ele acredita que, como ocorreu com a candidatura de Heloísa Helena nas eleições passadas, parte do eleitorado de Marina Silva pode vir a fazer o voto útil. Enviado pelo amigo Amorim de São Paulo.

Um comentário:

Unknown disse...

Deus te ouça! Já pensaram? Dilma conseguir algo que nem Lula conseguiu? Ganhar no primeiro turno? Fico pensando... Dilma 2010... Dilma 2014... Lula 2018...Lula 2022.. vai dar pra consolidar bem a mudança que desejamos não é?
Comecei minha juventude lutando, desde 1989... e curtir minha aposentadoria apreciando o Brasil que ajudei a transformar... como diz a propaganda... não tem preço!