quarta-feira, 2 de março de 2011

Em plateia com tucanos, Hebe rasga elogios a Dilma e irrita Serra


Diante de uma plateia com tucanos ilustres – como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o ex-governador José Serra (PSDB) –, a apresentadora Hebe Camargo dedicou, na noite desta terça-feira (1º), seu programa de estreia na Rede TV! à presidente Dilma Rousseff.
A atração vai ao ar no dia 15, e Hebe exibirá uma entrevista de 50 minutos com Dilma. A cada bloco, o programa mostrará pequenos trechos do depoimento. "Aos 60 anos de carreira, estou tendo o privilégio de entrevistar a primeira mulher a assumir a Presidência da República no Brasil. É uma honra que não sei explicar", derreteu-se a apresentadora para os quase 500 convidados na plateia.
Durante uma hora e 30 minutos de gravação, Hebe não poupou elogios à presidente. "Apesar de não ter votado nela, fiquei impressionada", declarou, no fim da gravação. Reconhecendo que esperava encontrar a mulher "brava" e "séria" da campanha eleitoral, Hebe diz que se deparou com um "amor de pessoa". E agregou: "Acho que ela vai fazer coisas muito boas. Ela é uma gracinha!"
Quem acompanhou a gravação do programa não pode ver a íntegra da entrevista com Dilma. Dos trechos exibidos pela produção aos convidados, ela aparece com Hebe passeando no Palácio da Alvorada, apresentando os ambientes da edificação projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e falando sobre a fama de ter personalidade forte.
"Você já ouviu falar que algum político homem é durão? Eu nunca ouvi. Então, conclui que só existem homens meigos e a única pessoa brava sou eu", ironizou a presidente. À vontade, Dilma disse ser fã da Jovem Guarda e contou que gosta da música Amigo, do cantor e compositor Roberto Carlos. "Não tenho voz para cantar.... Você é meu amigo de fé, meu irmão camarada.... Tá vendo, desafinei."
A exaltação de Hebe à Dilma constrangeu Serra, candidato derrotado nas eleições de 2010. Na metade do programa, o ex-governador, visivelmente irritado, levantou-se, deixou a mulher, Mônica Serra, à mesa que ocupavam e não foi mais visto até o fim da gravação.
Mas Serra parecia ser o único convidado efetivamente desconfortável. "O governo dela já é um sucesso. Ela é uma mulher extremamente séria, tenho plena confiança no trabalho dela. Todo brasileiro tem de fazer isso (confiar em Dilma)", afirmou o cantor sertanejo Sérgio Reis.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também foi evocado. "Tenho certeza que ela (Dilma) vai dar continuidade a esse trabalho bonito do Lula. Tenho certeza absoluta que vai dar certo", emendou o cantor sertanejo Daniel. "Minha esperança é que a Dilma continue com isso aí", comentou o ídolo adolescente Luan Santana, sem se aprofundar no tema.
Enquanto a cantora Paula Fernandes chamou Dilma de “uma fortaleza", o ator e cantor Daniel Boaventura espera que a presidente dê continuidade à política externa do governo Lula e “possa manter a credibilidade do Brasil no mundo". Questionada sobre um "deslumbramento" com Dilma, a apresentadora negou que tenha feito uma homenagem a ela. "Quem recebeu homenagem fui eu", rebateu.

Um comentário:

Tiago Azevedo de Aguiar disse...

Conselhos do além para José Serra

Para muitos a morte é o grilhão e freio dos instintos mais humanos dos vivos, o peso do julgamento final persegue o crente conforme a fé e o humor do padre na hora da confissão e da expiação dos pecados. Para outros é a libertação e a glória de ascensão aos céus, ida tranqüila para um mundo sem dor, com campos de trigo, flores e mel em abundância. Para os comunistas tanto e sempre odiados pelo personagem da historíola aqui contada, o momento fatal é o fim de tudo, a inexistência da alma seria a verdadeira liberdade para quem só tinha a vida para sonhar com um paraíso.

Para o eterno Machado de Assis, foi um instrumento para as mais radicais experimentações na prosa que um autor brasileiro fez até o seu momento. Apresentou a vida inútil de Brás Cubas, um defunto que em reflexões compõe um romance agressivo e de fina ironia. É possível afirmar que este romance psicológico fez a literatura brasileira alcançar a maioridade. Nas memórias póstumas de Brás Cubas, o importante não são os fatos em si, mas a forma como se vêem e sentem as circunstâncias vividas pelos personagens, enfatizando a caracterização interior dos personagens, suas incoerências e problemáticas existenciais.

A cada dia que passa, José Serra está cada vez mais solitário, sem sufrágio, aliados, fadado a ter um fracassado número de apoiadores. O termo “cristianizado” remete à história política de um homem com trajetória e caminho percorrido mostrando o total abandono por todos os partidários a seu redor, com desfecho em uma derrota imensa para um dos maiores líderes políticos que o Brasil já teve, Getúlio Vargas.

Cristiano Machado tinha em comum a José Serra um desejo imponderável pelo cargo de Presidente da República. Em sua cólera, o político mineiro acreditou em sua vitória e como um trator ignorou todos os seus aliados, e contribuiu em todas as suas práticas para que a vitória de Getúlio fosse plena e simples. Em imaginário bastante lúdico, tendo em vista a condição de descrença religiosa deste que escreve, quais as memórias póstumas que o espírito desencarnado Cristiano Machado compartilharia a José Serra em uma carta psicografada?

Não deu para postar o texto inteiro no comentário. Mas caso se interesses, clique no link abaixo. Saudações fraternas!

http://tiagoaaguiar.blogspot.com/2011/02/conselhos-do-alem-para-jose-serra.html