sábado, 16 de abril de 2011

FHC conclama à guerra na internet

Por Altamiro Borges

O mais recente artigo de FHC, que virou manchete garrafal da Folha tucana, continua gerando polêmicas. Até líderes da oposição de direita criticam a sinceridade do ex-presidente, que sugeriu a ela que abandone o “povão” e se concentre na classe média. Na velha mídia, pelo contrário, editorialistas e “calunistas” aplaudem as orientações do “príncipe da Sorbonne”. É o caso do Estadão:

“A análise escrita pelo ex-presidente Fernando Henrique sobre o papel da oposição pode ter algum trecho redigido de forma a ser manipulado com o objetivo de criticá-lo... Importa que FH tem razão quando destaca a importância da nova classe média. Assim como também é indiscutível que a política clientelista do PT, financiada pelo dinheiro do contribuinte, cooptou sindicatos, organizações ditas sociais e parte do ‘povão’, via programas assistencialistas”, argumenta a coluna de “Opinião” do jornal.

Novo alvo e novos instrumentos

Mas o trecho em que o ex-presidente afirma que a oposição deve mudar seu foco [literalmente: “Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os ‘movimentos sociais’ ou o ‘povão’, isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos”] não deve ser o único a instigar as forças progressistas do país.

Na disputa pela hegemonia, o grão-tucano FHC sugere em seu artigo que a oposição de direita adote um novo público alvo e concentre as suas energias em novos instrumentos de comunicação. Perdida a batalha entre o “povão”, a briga é pela classe média e as armas são das redes sociais da internet. O ex-presidente é explícito na sua orientação:

Um acirrado campo de batalha

“A imensa maioria destes grupos – sem excluir as camadas de trabalhadores urbanos já integrados ao mercado capitalista – está ausente do jogo político-partidário, mas não desconectada das redes de internet, Facebook, YouTube, Twitter, etc. É a estes que as oposições devem dirigir suas mensagens prioritariamente, sobretudo no período entre as eleições, quando os partidos falam para si mesmo, no Congresso e nos governos. Se houver ousadia, os partidos de oposição podem organizar-se pelos meios eletrônicos, dando vida não a diretórios burocráticos, mas a debates verdadeiros sobre os temas de interesse dessas camadas”.

Caso a orientação do “príncipe da Sorbonne” seja acatada, a tendência é de uma crescente guerra no mundo virtual. Nas eleições do ano passado, o comando demotucano já investiu milhões nesta frente – contratou três empresas especializadas e até importou um sinistro “mago” indiano-estadunidense. Boa parte das baixarias da campanha se deu pela internet, que bateu recordes de audiência – mais de 40 milhões de internautas – na reta final das eleições.

O que FHC propõe é que a oposição de direita invista ainda mais pesado nas redes sociais para seduzir a chamada classe média. As forças progressistas estão atentas para este novo campo de batalha? Com o crescimento econômico do país, o aumento do poder aquisitivo da “nova classe média” e a expansão da internet – conforme previsto no Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) -, milhões de brasileiros devem ingressar no mundo virtual. FHC é elitista e arrogante, mas não é burro!

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Do Blog TERRA BRASILIS.

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