A vice-presidente da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias da Câmara,
deputada Erika Kokay (PT-DF), e o Conselho Distrital de Promoção e
Defesa dos Direitos Humanos entraram nesta quinta-feira (24) com
representação junto ao Ministério Público Federal (MPF), solicitando a
retirada do ar dos quadros “Academia das Panicats” e “Maior Arregão do
Mundo” exibidos no programa “Pânico na Band”, da Rede Bandeirantes de
Televisão. A representação foi entregue ao subprocurador-geral da
República, Aurélio Virgílio Veiga Rios.
A intenção, segundo a deputada petista, é que o MPF, no uso de suas
atribuições constitucionais, instaure inquérito civil público para
averiguar a conduta de omissão e violação dos direitos humanos. Entre os
casos mais recentes estão da “panicat” Babi que teve os cabelos
raspados ao vivo; de uma bailarina submetida a sessões de choques
enquanto simulava a gravação de um comercial, além de um funcionário da
emissora que mesmo com dor segurava um prego enquanto outro participante
tentava bater com o martelo.
“Esse programa naturaliza a violência e associa a diversão, o
entretenimento e o riso ao constrangimento e a humilhação. Ele deseduca e
coloca as mulheres em uma situação subalterna”, afirmou Erika Kokay. Na
sua avaliação, as atitudes do programa afrontam ao princípio
constitucional da dignidade humana, “no momento em que vivemos a
centralização em relação ao outro”, destacou.
Durante a audiência no MPF, o subprocurador-geral da República, Aurélio
Virgílio Veiga, prometeu encaminhar o documento à Procuradoria Regional
da República do Estado de São Paulo, que vai decidir sobre o caso. Ele
disse apenas que “a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão não
defende programas que utilizem a humilhação dos outros como forma de
diversão de alguns”.
Campanha
O programa Pânico na TV, que era veiculado pela emissora Rede TV e
passou a ser transmitido pela Band, liderou o ranking de reclamações de
telespectadores - com 113 das 892 denúncias feitas à campanha “Quem
Financia a Baixaria é contra a Cidadania”, em 2010. Entre as
reclamações do público, destacam-se: a exposição de pessoas ao ridículo,
humor grotesco, excesso de nudez e palavras de baixo calão.
Ivana Figueiredo com agênciasNo PT na Câmara
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