No período de uma semana a população paulista se viu por duas vezes
refém da falta de uma política pública de transportes públicos, por
inoperância do governo do Estado de São Paulo.
Na sequência de panes diárias nos sistemas da CPTM e do Metrô, os
cidadãos paulistas foram vitimados por uma colisão de trens do Metrô e,
agora, afetados pelo caos na cidade diante da paralisação dos
metroviários.
Essa última situação se dá pela falta de sensibilidade do governo no
processo de negociação com o sindicato dos trabalhadores, aliada à
ausência de planejamento e ação coordenada para atenuar os problemas
previsíveis com a paralisação.
O governo Alckmin, mais uma vez, deixou a população abandonada à própria
sorte e se apressou em acionar a força policial para reprimir os
protestos da população, que são vítimas diárias do apagão dos
transportes em São Paulo, e lançou com celeridade um culpado. Aliás,
celeridade não usual em seu governo quando trata de resolver as questões
do Estado, mas desta vez ele foi rápido em definir como culpado: “a
greve é eleitoreira”.
Há anos a população é mal assistida de serviços de transportes públicos
coletivos. A CPTM recebeu nova roupagem de trens novos com serviços
velhos, que é facilmente constatada com as paralisações, reduções de
velocidades, por conta de problemas nas subestações de energia.
O Metrô está superlotado e também foi atingido pelo descaso do governo
do Estado. Diante do caos vivido por milhares de pessoas, que perderam
seus compromissos e enquanto outros passaram horas parados em
congestionamentos, o governo finalmente cedeu ao bom senso e as
negociações avançam.
Na reunião de conciliação do início da tarde, o principal ponto definido
foi o índice de reajuste salarial de 6,17%, sendo que até antes da
paralisação o governo oferecia 5,71%.
Pelo acordo sinalizado nesta quarta-feira, o vale-refeição dos
trabalhadores será reajustado dos atuais R$ 19,50 para R$ 23;
vale-alimentação, de R$ 150 para R$ 218 ao mês; mais o pagamento de um
adicional de periculosidade de 15% sobre o salário (atualmente é 10%).
Ou seja, o governo tinha margem financeira para fazer a negociação, não
havia a necessidade de expor a população paulista a esse sofrimento.
Mas o governador Alckmin optou pela queda de braço com o sindicato,
“jogou para a galera” quando atribui a greve à motivação política, como
se fosse um agente apolítico,como se não fosse um gesto político buscar
solução para o impasse.
O governador poderia ter tido bom senso e sensibilidade de gestão e
calcular o custo benefício em defesa dos interesses da população e de,
em parceria com os trabalhadores, construir diálogos e soluções.
Deputado Alencar Santana Braga
Líder da Bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo
No Viomundo
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