Uma das instituições mais poderosas do Brasil – e certamente A mais
poderosa no futebol brasileiro – é a Rede Globo, que já indicou e
derrubou ministros de Estado, apoiou e foi convenientemente apoiada pela
ditadura civil-militar encerrada em 1985 e deu contribuições
valiosíssimas à eleição de Collor de Mello e duas vezes para FHC.
Acostumada à subserviência, a Globo recebeu um sonoro não - engulam o clichê, caros bucéfalos! – na noite deste domingo (20).
Herrera, atacante argentino do Botafogo, fez três gols na vitória do seu clube sobre o São Paulo.
Na cobertura da emissora, o triplete – como se diz nos
países de língua hispânica – garante ao artilheiro o direito a pedir
uma música para tocar no Fantástico, histórico líder de audiência nas
noites de domingo.
Acionado pelo repórter, Herrera não entendeu o pedido:
- Música pra quê? – indagou o hermano.
- Fez três gols… você tem direito a pedir uma música – explicou o ainda empolgado repórter.
- Não, eu não pido [peço em espanhol] música não…
- Nem em castelhano? – insistiu o global.
- Não, nenhuma – encerrou Herrera, virando-se para outro entrevistador.
O vídeo abaixo mostra o episódio, que certamente entrará para o anedotário clássico do futebol brasileiro.
Herrera diz não à Globo
Companheiro de Herrera no alvinegro carioca, o uruguaio Sebastian “Loco” Abreu já acumula uma coleção de casos semelhantes, como se vê no vídeo abaixo.
Loco Abreu – destruidor de repórteres
Repercussão - A atitude de Herrera rapidamente ganhou destaque nas redes sociais. No Twitter, a tag #ChupaGlobo ficou entre os assuntos mais comentados no Brasil. Enquanto escrevo estas linhas, a tag ocupa o 3º lugar.
#ChupaGlobo no 3º lugar nos TTs Brasil |
E logo devem aparecer os “memes” (fotomontagens e similares) para o
Facebook e outras redes. Atualizarei o post à medida que eles
aparecerem.
Parabéns aos botafoguenses – minha filha Daniela e meu irmão Igor entre
eles – pela vitória na estreia, mas, sobretudo, pela atitude do seu
artilheiro neste domingo.
PS: Vale acompanhar a cobertura da Globo, cujos chefões costumam
ser vingativos. Uma represália ao argentino ou mesmo ao Botafogo não
pode ser descartada. Chico Buarque ficou anos sem aparecer em qualquer
programa ou noticiário da Globo por conta de sua postura crítica em
relação à ditadura.
Rogério Tomaz JrNo Conexão Brasília Maranhão
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