quarta-feira, 16 de maio de 2012

Merval abandona Perillo. Fedeu!


Em sua coluna no jornal O Globo desta terça-feira (15), Merval Pereira finalmente chegou à conclusão de que não há mais escapatória para o governador Marconi Perillo (PSDB). No artigo intitulado “O governo paralelo de Cachoeira em Goiás”, ele quase decreta o fim do tucano. Em seus comentários na Globo News, o “imortal” é sempre meio enfadonho, lerdo. Desta vez, porém, ele até que foi mais rapidinho!
Merval chegou à triste conclusão após os depoimentos dos delegados das operações Vegas, Raul Alexandre Marques, e Monte Carlo, Matheus Mella Rodrigues, à CPMI do Cachoeira. Eles confirmam a existência de 60 números em série de aparelhos Nextel, habilitados nos EUA e supostamente à prova de grampos, que foram distribuídos pelo mafioso – “exclusivos para a diretoria”.

Conclusões bombásticas do "imortal"

Com base na longa investigação da Polícia Federal, que expõe os tentáculos da quadrilha de Cachoeira – que numa única casa de jogos faturava R$ 1,2 milhão ao mês –, o colunista do jornal O Globo tira algumas conclusões importantes e bombásticas. Vale conferir as principais:
Os contatos e referências da organização criminosa envolveram empresários, jornalistas (‘setor’ de comunicação era importante para ela) e agentes públicos de níveis municipal, estadual e federal, como secretários, prefeitos, vereadores, deputados estaduais, distritais, federais, ministros (também de tribunais superiores), funcionários de agências reguladoras e assessores (...)
Inequivocamente, a autoridade pública mais íntima da organização era o senador Demóstenes Torres. ‘Ao angariar contratos para Delta no Centro-Oeste e em outras áreas do país, ele tornava-se sócio oculto da empresa’, informa a Polícia Federal... ‘Colocava-se sempre à disposição para usar sua influência política, em todas as esferas de poder, em favor dos negócios da organização’. Cachoeira tinha grande articulação política, “suprapartidária”, procurava influenciar vários detentores de mandatos.
Também se movimentava no campo eleitoral, discutindo candidaturas, sugerindo nomes e tratativas entre potenciais candidatos, em especial com o senador Demóstenes Torres. Os vínculos políticos e a proteção policial mediante suborno davam a Cachoeira a sensação de intocabilidade: “Todo mês falam que estão me investigando, vão me pegar... e nada acontece”, comentava no telefone Nextel supostamente inviolável (...)
Até aqui, o governo de Goiás, do tucano Marconi Perillo, foi aquele sobre o qual a organização criminosa mais ampliou seus tentáculos, podendo se falar mesmo, segundo a Polícia Federal, de um “governo paralelo”: até o corregedor da Secretaria de Segurança Pública era do esquema.
A Organização tinha “cota” de indicações políticas no governo. O governador Marconi Perillo, citado 237 vezes em conversas, teve encontros diretos com Cachoeira, tratava-o amistosamente e vendeu sua casa para o próprio, recebendo cheques assinados por Leonardo Ramos, sobrinho do capo.
As investigações mostram também intensas gestões para negócios com o governo do Distrito Federal, através de busca de contratos, legalização de terras (Ibran, Terracap, Incra) e outros “serviços”. Não foi detectado, até aqui, qualquer diálogo do governador petista Agnelo Queiroz com Cachoeira (...)

Antes tarde do que nunca

O artigo de Merval Pereira, um dos principais colunistas da famiglia Marinho, confirma que a situação de Marconi Perillo é das mais dramáticas. Afinal, quem governava ou governa Goiás: o dirigente do PSDB ou o mafioso Carlinhos Cachoeira? O texto do jornalista das Organizações Globo reforça a tese dos que defendem o imediato impeachment do governador tucano.
Como diz o ditado, antes tarde do que nunca. Até pouco tempo atrás, o “imortal” ainda se esforçava para defender Perillo. Como ironizou o blogueiro Eduardo Guimarães, num texto de 13 de abril de 2012, “Merval tenta blindar Marconi ‘Perigo’”. Ele atacava o governador petista Agnelo Queiroz e limpava a barra do governador tucano de Goiás. Agora, parece, Merval resolveu se afastar do “Perigo”. Fedeu!

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