domingo, 20 de maio de 2012

No mundo de Cachoeira

 
Nessa semana CartaCapital aborda mais desdobramentos do caso Cachoeira.
E também: como a Veja não lida bem com a crítica e propõe de forma enviesada a censura na rede.
Senhor do submundoAinda no início dos trabalhos, a CPI se assusta com a extensão do esquema Cachoeira, da prostituição à lavagem internacional de dinheiro.
 
 
Foto: Ana Volpe/Ag. Senado
Tentáculos. Os parlamentares podem destrinchar as entranhas de uma quadrilha colossal.

Com aquele rosto redondo perfeitamente esculpido para os óculos igualmente esféricos e os ternos que parecem comprados em magazines populares, Carlos Augusto Ramos poderia facilmente se passar por um pacato corretor de seguros ou dono de uma loja de colchões. Mas não se engane. Em menos de duas semanas, os crimes de Ramos, mais conhecido como Carlinhos Cachoeira, listados pela CPI são de assustar: sequestro, cárcere privado, prostituição, jogatina, sonegação fiscal, evasão de divisas, tráfico de influência, corrupção ativa, formação de quadrilha, suborno. Só falta assassinato.

Em meio a disputas políticas e pressões de todo tipo, é esse amplo universo de criminalidade que os parlamentares investigarão nos próximos meses. Se forem eficientes, ao contrário de seus pares da CPI dos Bingos de 2005, que ignoraram o personagem, embora ele fosse um dos alvos da comissão, uma história exemplar dos tentáculos do crime organizado no Brasil será revelada em toda a sua plenitude e extensão.

“Tudo indica que o esquema de Cachoeira era muito maior do que imaginávamos”, afirma o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), integrante da CPI. “Temos indícios de que ele cometeu diferentes crimes. Vamos pedir inclusive a ajuda da Interpol para investigar suas empresas no exterior.”

Os relatos de que as “amizades” de Cachoeira envolviam farras com prostitutas não são novos. Todos os que conheceram o bicheiro de perto costumam descrever sua “simpatia” e contar das festanças com mulheres incluídas. Em depoimento à CPI na quinta-feira 10, o delegado da PF Matheus Mella Rodrigues, titular da Operação Monte Carlo, declarou que o suplente de senador Ataídes Oliveira (PSDB-TO), assíduo interlocutor de Cachoeira, revela em uma das ligações interceptadas com autorização da Justiça estar no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, com 10 homens e 30 mulheres. Na quinta-feira 17, o site Congresso em Foco informou que o bicheiro pagou o jantar e contratou uma garota de programa para o tucano Eduardo Siqueira Campos, filho do governador de Tocantins.
Leia no Congresso em Foco:
De:
 
Do e-mail enviado por Beatrice.Lista.

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