Robôs, aranhas, formigas, comunistas. A
semanal foi capaz de unir tudo em um roteiro de terror B
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Philip Asimov C. Clarke, CartaCapital
A tese era a seguinte: robôs controlados por uma militância esquerdista raivosa teriam inundado a internet com mensagens de ódio para atacar a imprensa livre. Esses robôs (em forma de aranhas? Ou de formigas?) seriam guiados por maléficos seres que tiveram seu cérebro derretido por excessiva leitura de terroristas do calibre de Antonio Gramsci, defensor da eliminação física, mental, espiritual e literária de seus adversários. E o futuro da humanidade estaria sob risco, caso esse exército de seres inanimados e vampirescos vencesse. É uma mistura de O Ataque das Aranhas Gigantes, Exterminador do Futuro e Plano 9 do Espaço Sideral (título em português de um dos clássicos do rei do cinema trash, Ed Wood).
Ainda no sábado 12, mal a revista aportara nas bancas de todo o País, a tese dos robôs virou piada na internet. Uma das supostas máquinas, a usuária do Twitter @Lucy_in_Sky se identificou em entrevistas a blogs. Foi seguida por centenas de outros internautas que postaram mensagens na linha “eu sou um robô”. Prova de que na rede mundial a desmoralização vem a jato supersônico.
Ao longo das tantas páginas de autodefesa, Veja comete vários erros factuais. A revista, uma das primeiras publicações a apoiar com entusiasmo o então candidato Fernando Collor de Mello, se diz responsável por sua queda. A respeito do apoio a Collor, vale lembrar uma entrevista de Roberto Civita, publisher da semanal, sobre seu primeiro encontro com o ex-presidente: ao conhecer o alagoano ele teria se sentido como uma adolescente de 16 anos. A citação é literal.
Sobre a queda de Collor é preciso lembrar. A
entrevista de Pedro, irmão já falecido do ex-presidente, afora alguns detalhes
sórdidos, não iria produzir nenhum efeito no processo de impeachment. O que
mudou a situação do chefe do Estado foram as declarações do motorista Eriberto
França, descoberto pela IstoÉ. Após as denúncias do motorista, a situação de
Collor ficou insustentável e o presidente foi obrigado a renunciar para não ser
cassado.”
Artigo Completo, ::Aqui::
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