Do Cafezinho - 24/5/2012
Miguel do Rosário
Ler
a cobertura dos jornais para a CPI permanece um exercício hercúleo
para fugir do emaranhado de intrigas, distorções, cortinas de fumaça, e
enxergar a realidade. Se Platão voltasse a vida, poderia usar o
exemplo para reescrever o mito da caverna. Na República, o filósofo
dizia que só veríamos as sombras projetadas na parede da caverna,
estando a verdade lá fora. Hoje ele poderia argumentar que se já era
difícil distinguir e analisar as sombras, a coisa se complica muito
diante da postura da mídia em bagunçar as imagens brincando de fazer
imitações de elefante e pato com as mãos.
Ao fim desta CPI,
comentaristas e blogueiros estarão com cérebros tão exercitados em
destrinchar enigmas (reais ou fajutos), desbaratar armadilhas teóricas e
praticar a contrainformação inteligente, que serão capazes de explicar
para seus filhos a filosofia de Gilles Deleuze e persuadi-los a trocar
o videogame e a batata-frita por sessões de Tarkóvski e legumes
cozidos.
Em outras investigações, a imprensa sempre ajudava.
Mobilizava seus melhores repórteres para ir atrás de informações novas e
contextualizar as denúncias. Fernando Rodrigues reclamava na Folha
ontem que os congressistas não estão analisando com a celeridade
necessária os documentos da CPI. Pois bem, há toneladas de material já
vazados na internet. Por que a Folha não coloca seus estagiários para
filtrar os dados, trazendo-os à luz? Por que não vai atrás dos elos de
Cachoeira em Goiás? Antes, os congressistas de CPI eram heróis,
mosqueteiros, campeões da ética. Hoje são párias que atacam a imprensa!
A
explicação é simples, e na verdade eu até compreendo um pouco a mídia.
A CPI envolve a disputa partidária, e a mídia tem medo que a oposição,
já combalida, desapareça de vez.
Mas a blogosfera não tem esses
cuidados – ela segue antes a máxima de William Blake, para quem “a
prudência é uma rica e feia rapariga que não casou, a quem a
incapacidade faz a corte”.
O interessante mesmo, em termos
políticos, é que a guerra de comunicação, muito intensa há tempos, mas
correndo nos bastidores, agora explodiu à luz do sol. Não passa um dia
sem que os arautos dos barões da mídia lancem ataques contra membros da
blogosfera. Hoje foi a vez de Demétrio Magnoli. Em artigo intitulado “Os bons companheiros“,
Demétrio “pau pra toda obra” Magnoli faz uma defesa descarada de Poli,
Veja, faz os ataques previsíveis a Dirceu, Franklin Martins, Carta
Capital, Mino Carta, Paulo Henrique Amorim, e repercute a velha denúncia
contra a tentativa de fazer o “controle social da mídia”.
Alguns
leitores acham que não deveríamos dar atenção a figuras como Merval ou
Magnoli. Esse é um velho debate na blogosfera. Eu não concordo. Uma
das funções mais nobres da blogosfera é dar resposta a essas figuras,
que se beneficiam de uma estrutura midiática consolidada ao longo da
ditadura militar, que nasceram a partir de grandes empréstimos públicos
e sempre foram privilegiadas pelos governos, até a chegada do
famigerado Lula. De qualquer forma, esse blog tem como função fazer uma
análise diária da mídia, então eu não posso fugir dessa missão. Há
gente que cuida da limpeza do lixo nas cidades, há equipes responsáveis
por dejetos nucleares, e há blogueiros que analisam textos de Demétrio
Magnoli e Merval Pereira. Nem todo mundo é personal trainer da Sabrina
Sato ou salva-vidas de piscina em resort. À cada um, sua cruz.
Então,
seguremos as ânsias, tampemos o nariz e façamos o nosso dever.
Analisemos o artigo de Magnoli, naquele esquema: negrito (Magnoli) e
fonte normal (eu).
Os bons companheiros
Por Demétrio Magnoli
De
“caçador de marajás”, Fernando Collor transfigurou-se em caçador de
jornalistas. Na CPI do Cachoeira, seu alvo é Policarpo Jr., da revista
“Veja”, a quem acusa de associar-se ao contraventor “para obter
informações e lhe prestar favores de toda ordem”. Collor calunia,
covardemente protegido pela cápsula da imunidade parlamentar. Os áudios
das investigações policiais circulam entre políticos e jornalistas — e
quase tudo se encontra na internet. Eles atestam que o jornalista não
intercambiou favores com Cachoeira. A relação entre os dois era,
exclusivamente, de jornalista e fonte — algo, aliás, registrado pelo
delegado que conduziu as investigações.
Não é só Collor
que está investigando o jornalista Policarpo Júnior. Magnoli tenta usar
a má-fama de Collor para desmerecer uma suspeita que é de milhares de
cidadãos brasileiros e de muitos parlamentares: a de que Poli e a
revista Veja associaram-se ao crime organizado. É preciso investigar.
Uma coisa é o princípio, tão nobre, da “presunção da inocência”, aliás
sempre desrespeitado pela grande imprensa. Outra coisa é tratar um
jornalista ou empresa de mídia como “acima de qualquer suspeita”.
Aliás, o culpado aqui não é tanto Policarpo como a Revista Veja. A
associação com o esquema Cachoeira não é a única acusação contra a
Veja: ela apenas ajudou a montar o quebra-cabeça. Foi a pincelada que
faltava para nos dar uma visão do conjunto. A função da imprensa de
denunciar o poder é sagrada, por isso mesmo não pode ser conspurcada por
órgãos que praticam invencionices delirantes, como a Veja. Sobre
proteger jornalistas, Magnoli omitiu que foi a Veja que iniciou um
ataque sistemático, através de seu falso bobo-da-corte, Diogo Mainardi, à
jornalistas, numa campanha machartista apenas porque eles não comiam
no pratinho antilulista que os barões serviam a seus empregados.
Aconteceram verdadeiros expurgos ideológicos nas redações, prática que
durou até 2010, com a demissão de Maria Rita Kehl, colunista do Estadão,
por um “crime de opinião”: ela escreveu um texto que podia ser
interpretado como defesa de Lula.
Os delegados entrevistados pela
CPI não têm condições, nem deveriam fazer isso, de constatar algum
crime na relação entre Policarpo Júnior e o crime organizado em Goiás.
De qualquer forma, a informação é enviesada. O primeiro delegado
entrevistado era o responsável pela Monte Carlo, que não flagrou
conversas sobre plantações de notícia na Veja e encontros de membros do
esquema com Poli. Isto aconteceu na operação Vegas, cujo delegado
afirmou na CPI que não podia descartar a existência de ilícito na
relação entre o repórter da Veja e o Clube Nextel.
Jornalistas
obtêm informações de inúmeras fontes, inclusive de criminosos. Seu
dever é publicar as notícias verdadeiras de interesse público.
Criminosos passam informações — verdadeiras ou falsas — com a
finalidade de atingir inimigos, que muitas vezes também são bandidos. O
jornalismo não tem o direito de oferecer nada às fontes, exceto o
sigilo, assegurado pela lei. Mas não tem, também, o direito de sonegar
ao público notícias relevantes, mesmo se sua divulgação é do interesse
circunstancial de uma facção criminosa.
Pois é: publicar
notícias verdadeiras de interesse público. Tal como as contas de Lula e
ministros no exterior? Tal como os dólares de Cuba? Magnoli esquece
que a Veja tem um longo histórico de calúnias políticas extremamente
cabeludas. Se fossem equívocos pontuais, causados pelo justo desejo de
denunciar o poder, tudo bem. Mas não. Suas denúncias não eram
desmentidas mesmo quando gritantemente falsas, e inscrevia-se numa
tática editorial visando derrubar o governo, conforme sempre se pôde
notar em seu porta-voz na internet, Reinaldo Azevedo. Poli oferecia tudo
às fontes: publicava denúncias do esquema Cachoeira visando chantagear
políticos. Aliás, faça-se justiça à Veja: não era só ela. O esquema
Cachoeira comprou espaço em muitos lugares na mídia. O tal Mino Pedrosa,
que segundo gravações recebia 100 mil mensais para plantar matérias
contra Agnelo, usava Istoé, Correio Braziliense, sites e blogs.
Certo,
Magnoli, o jornalista “não tem direito de sonegar ao público notícias
relevantes”, como, por exemplo, a promiscuidade entre Demóstenes Torres
e um bandidão de Goiás. A Veja omitiu essa informação do público
durante anos, assim como omitiu que a fonte de suas denúncias era um
esquema criminoso que se utilizava de grampos ilegais.
Os
áudios em circulação comprovam que Policarpo Jr. seguiu rigorosamente
os critérios da ética jornalística. Informações vazadas por fontes
diversas, inclusive a quadrilha de Cachoeira, expuseram escândalos
reais de corrupção na esfera federal. Dilma Rousseff demitiu ministros
com base naquelas notícias, atendendo ao interesse público. A revista
na qual trabalha o jornalista foi a primeira a publicar as notícias
sobre a associação criminosa entre Demóstenes Torres e a quadrilha de
Cachoeira — uma prova suplementar de que não havia conluio com a fonte.
Quando Collor calunia Policarpo Jr., age sob o impulso da mola da
vingança: duas décadas depois da renúncia desonrosa, pretende ferir a
imprensa que revelou à sociedade a podridão de seu governo.
Temos
somente alguns áudios disponíveis na internet, e não se viu nada de
rigoroso, nem ético nem jornalístico neles. O que vemos são informações
estarrecedoras de que Cachoeira sabia, com antecipação de até duas
semanas, exatamente o que seria publicado na Veja, e que inclusive
escolhia em qual parte da revista seria plantada a notícia. Dilma
demitiu ministros por várias razões, inclusive porque as denúncias da
Veja eram repercutidas acriticamente pela mídia, que tratava logo de
produzir uma crise política de grandes proporções, mesmo que a denúncia
original não ganhasse corpo. Sabemos muito bem como funciona esse
processo. Magnoli repete a ladainha sobre Collor, como se fosse apenas
ele, e não setores numerosos e qualificados da sociedade, que desejam
investigar os crimes midiáticos cometidos pela Veja e outros órgãos.
A
vingança, porém, não é tudo. O senador almeja concluir sua reinvenção
política inscrevendo-se no sistema de poder do lulopetismo. Na CPI,
opera como porta-voz de José Dirceu, cujo blog difunde a calúnia contra
o jornalista. Às vésperas do julgamento do caso do mensalão, o réu
principal, definido pelo procurador-geral da República como “chefe da
quadrilha”, engaja-se na tentativa de desqualificar a imprensa — e, com
ela, as informações que o incriminam.
Dizer que Collor
opera como porta-voz de Dirceu é uma imbecilidade. No afã de
desconstruir a CPI e blindar a Veja, os pitbulls midiáticos apelam para
qualquer delírio. O ex-deputado José Dirceu é alçado à eminência parda
do governo, quando há anos ele não apita mais nada. Tornou-se antes
uma caricatura da mídia que precisa, como estratégia de ataque,
individualizar os aspectos malignos do lulopetismo. As críticas à
imprensa corporativa existem no mundo inteiro, Magnoli, antes, durante e
depois do mensalão. Conferir aura de santidade à mídia brasileira é
ridículo. Até concordo que não devemos praticar uma crítica maniqueísta,
como se a mídia fosse origem de todo o mal da república, mas é
saudável, é necessário, fazermos uma crítica tão dura à mídia como se
faz uma crítica ao Executivo, ao Legislativo e ao Judiciário. Todo poder
precisa e deve ser duramente criticado, porque senão se torna um poder
totalitário.
O mensalão, porém, não é tudo. A sujeição
da imprensa ao poder político entrou no radar de Lula justamente após a
crise que abalou seu primeiro mandato. Franklin Martins foi alçado à
chefia do Ministério das Comunicações para articular a criação de uma
imprensa chapa-branca e, paralelamente, erguer o edifício do “controle
social da mídia”. Contudo, a sucessão representou uma descontinuidade
parcial, que se traduziu pelo afastamento de Martins e pela renúncia ao
ensaio de cerceamento da imprensa. Dirceu não admitiu a derrota,
persistindo numa campanha que encontra eco em correntes do PT e
mobiliza jornalistas financiados por empresas estatais. Policarpo Jr.
ocupa, no momento, o lugar de alvo casual da artilharia dirigida contra
a liberdade de informar.
Magnoli, a denúncia ao
golpismo da imprensa brasileira vem sendo estudado por historiadores
desde o fim da ditadura, porque antes disso era considerado
“subversivo” denunciar a imprensa chapa-branca. O debate público sobre o
papel da imprensa no golpe de Estado de 1964 ficou interdito pela
censura estatal durante todo regime, e depois pela censura comercial e
tecnológica, já que os próprios jornalões não se denunciariam a si
mesmos. Então este debate só emerge mesmo após o advento da blogosfera,
e mesmo assim apenas a entrada dos setores mais politizados. Por isso o
tom explosivo do debate, porque ele ficou reprimido por décadas!
No
jogo da calúnia, um papel instrumental é desempenhado pela revista
“Carta Capital”. A publicação noticiou falsamente que Policarpo Jr.
teria feito “200 ligações” telefônicas para Cachoeira. Em princípio,
nada haveria de errado nisso, pois a ética nas relações de jornalistas
com fontes não pode ser medida pela quantidade de contatos. Entretanto,
por si mesmo, o número cumpria a função de arar o terreno da suspeita,
preparando a etapa do plantio da acusação, a ser realizado pela
palavra sem freios de Collor. Os áudios, entretanto, evidenciaram a
magnitude da mentira: o jornalista trocou duas, não duzentas, ligações
com sua fonte.
Eis aí um defensor da liberdade de
expressão! Todos os jornalões repetem o mesmo discurso, os mesmos
editoriais, partilham inclusive os mesmos colunistas. E aí Magnoli vem
criticar exatamente uma das raríssimas publicações que fogem à
panelinha. A divulgação dos 200 telefonemas veio da Polícia Federal,
ninguém inventou isso. Também estamos esperando confirmação sobre o
número exato de telefonemas, e o conteúdo deles. Ninguém está
precondenando Policarpo ou a Veja, o negócio é que eles já estão
politicamente condenados por um vasto setor da sociedade. As denúncias
que emergem da CPI são como acusações de homicídio a alguém que já
estava condenado por sequestro, roubo e estupro.
A
revista não se circunscreveu à mentira factual. Um editorial, assinado
por Mino Carta, classificou a suposta “parceria Cachoeira-Policarpo
Jr.” como “bandidagem em comum”. Editoriais de Mino Carta formam um
capítulo sombrio do jornalismo brasileiro. Nos anos seguintes ao AI-5, o
atual diretor de redação de Carta Capital ocupava o cargo de editor de
“Veja”, a publicação na qual hoje trabalha o alvo de suas falsas
denúncias. Os editoriais com a sua assinatura eram peças de louvação da
ditadura militar e da guerra suja conduzida nos calabouços. Um deles,
de 4 de fevereiro de 1970, consagrava-se ao elogio da “eficiência” da
Operação Bandeirante (Oban), braço paramilitar do aparelho de
inteligência e tortura do regime, cuja atuação “tranquilizava o povo”. O
material documental está disponível no blog do jornalista Fábio
Pannunzio (http://www.pannunzio.com.br/), sob a rubrica “Quem foi quem
na ditadura”.
Vejam só a desonestidade de Magnoli. Mino
Carta era empregado da Veja. A culpa pelos editoriais daquela época
deve ser aposta aos donos da revista, não a seus empregados. Além
disso, é cara de pau. Ele publica esse artigo no Globo e Estadão, cujos
editoriais sabujos, chapa-brancas e louvadores aos militares golpistas
começaram inclusive antes do advento da violência e da censura. Mino
Carta escreveu editoriais pró-ditadura num tempo em que era obrigado a
fazê-lo por seus empregadores, tanto é que, quando deixou de fazê-lo,
foi sumariamente demitido, após uma determinação vinda diretamente do
governo militar. Magnoli não diz isso, não informa a seus leitores que
Mino Carta foi demitido por finalmente se insurgir contra o papel
humilhante que o totalitarismo e a covardia empresarial da Abril lhe
impunha. Ele mostra o personagem apenas em sua fase ruim, mas não
revela a sua transformação. Os editorais de Mino envergonham-lhe a
carreira, mas ele conseguiu pular fora, redimindo-se. Enquanto isso,
Magnoli, em pleno período de liberdade democrática, faz o jogo dos
mesmos barões que implantaram a ditadura porque desejavam, como desejam
até hoje, perpetuar o subdesenvolvimento com medo de que mudanças
alterem o seu status quo.
Na “Veja” de então, sob a
orientação de Carta, trabalhava o editor de Economia Paulo Henrique
Amorim. A cooperação entre os cortesãos do regime militar renovou-se,
décadas depois, pela adesão de ambos ao lulismo. Hoje, Amorim faz de
seu blog uma caixa de ressonância da calúnia de Carta dirigida a
Policarpo Jr. O fato teria apenas relevância jurídica se o blog não
fosse financiado por empresas estatais: nos últimos três anos, tais
fontes públicas transferiram bem mais de um milhão de reais para a
página eletrônica, distribuídos entre a Caixa Econômica Federal (R$ 833
mil), o Banco do Brasil (R$ 147 mil), os Correios (R$ 120 mil) e a
Petrobras (que, violando a Lei da Transparência, se recusa a prestar a
informação).
Outra covardia: pretender que Paulo
Henrique Amorim, um jovem de vinte e poucos anos, pudesse apitar alguma
coisa nas redações da Veja naquela época de trevas. Esses caras acusam
os que lutaram contra a ditadura de terem sido “violentos”, e agora
acusam os que trabalharam na ditadura de serem “cooperativos”. Ou seja,
não se salva ninguém. A culpa da ditadura não pode recair sobre os
jovens repórteres que trabalharam para se sustentar na década de 60 e
70, e sim sobre os barões da mídia que articularam para derrubar o
governo e depois para apoiá-lo, consolidá-lo e ocultar seus podres! A
covardia pior, todavia, é a tentativa de estrangular comercialmente o
blog de Paulo Henrique Amorim. Primeiramente, esses mesmos interesses
conseguiram fechar seu blog no IG, de maneira insuportavelmente
antidemocrática, tentando sequestrar inclusive seus arquivos digitais, e
agora acusa-o de ter publicidade! As estatais fazem muito bem em
anunciar no blog de Paulo Henrique Amorim. Calúnia por calúnia, a mídia
corporativa calunia muito mais gente e numa escala infinitamanente
superior e também recebe anúncios de estatais. A Veja, por exemplo,
recebe muito mais dinheiro que o blog de Amorim, apesar deste, hoje em
dia, atingir um público bem maior. Os concursos nacionais de blogs
políticos foram inclusive extintos quando se percebeu que os blogs de
PHA e Nassif estavam virando verdadeiros hors-concourts, ganhando
todas. A blogosfera é a nova fronteira da comunicação de massa, e o
governo tem o dever de contribuir para a desconcentração midiática
ampliando os anúncios nesta plataforma, mesmo que a contragosto dos
lacaios da grande imprensa. Magnoli faz uma crítica interessada, já que
recebe salário do Estadão e Globo, que receberam muitos milhões em
anúncios de governos, afora as mamatas do governo paulista de comprar
assinaturas para escolas, comprar livros didáticos e oferecer
gratuitamente espaços na tv pública.
Dilma não deu curso à
estratégia de ataque à liberdade de imprensa organizada no segundo
mandato de Lula. Mas, como se evidencia pelo patrocínio estatal da
calúnia contra Policarpo Jr., a presidente não controla as rédeas de
seu governo — ao menos no que concerne aos interesses vitais de Dirceu.
A trama dos bons companheiros revela a existência de um governo
paralelo, que ninguém elegeu.
Interesses de Dirceu…
Putz, Magnoli e cia acha que Dirceu é o quê? Um invasor extraterrestre
com poderes e inteligência superior que planeja ser o novo ditador do
país? Pára de fugir do assunto trazendo Dirceu para o debate! Dirceu
não é deputado, não tem cargo no governo, é apenas um político tentando
limpar seu nome, como é seu direito. O debate político hoje, porém,
passa ao largo de Dirceu, que é apenas mais um militante e blogueiro
dando sua opinião.
Governo paralelo que ninguém elegeu existe
nesta mídia corporativa, consolidada durante a ditadura, que atingiu um
nível de concentração inaudito, causando grande risco à democracia,
não fosse a existência dos mesmos blogs que Magnoli tenta
desqualificar.
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