Dias atrás eu defendi que a Veja demitisse o seu editor-chefe, senhor Policarpo Junior. Hoje eu pensei melhor. Na verdade, o que se espera do jornalista e assessor de bicheiro é que peça demissão. O moço simplesmente não sabia da ligação do senador Demóstenes Torres com Carlinhos Cachoeira! Isso mesmo. Editor-chefe da revista, íntimo dos poderosos e nada sabia. Que jornalista mais mal informado!
Se fosse cirurgião, não saberia pegar em um bisturi. Jornalista mal informado não é jornalista. Como bem mostra a Carta Capital, a Veja tinha pleno conhecimento das relações entre Demóstenes e Cachoeira. Só o Policarpo desconhecia?
E não é que chegou o dia em que os barões da mídia se uniram para impedir uma investigação? Na mesma semana, editoriais dos jornais O Globo e Folha de S.Paulo saíram em defesa de Policarpo, pego em mais de 200 conversas telefônicas suspeitas com o contraventor Cachoeira. Duzentas. Para a chamada grande imprensa, convocar um de seus subalternos para depor é um atentado à democracia. Eles se julgam acima da lei, intocáveis. Mais do que arrogância, só pode ser medo. Perderam a compostura.
Trata-se, simplesmente, de prestar esclarecimentos. Se o jornalista não tem nada a esconder, por que esse escarcéu todo? Basta explicar de que tanto falavam. Por que nas conversas eles parecem agir como aliados, com inimigos em comuns?
Uma dessas sabotagens, sabe-se hoje, foi contra o então diretor da Polícia Federal Paulo Lacerda, demitido do cargo por conta de denúncias (falsas) ostentadas em capas da publicação da família Civita. Esse homem, ao que tudo indica honesto, sentou-se diante de deputados e senadores para prestar depoimento. Mas o Policarpo não pode.
E a fúria com que tentaram colocar no banco dos réus até mesmo o presidente Lula? Governadores, parlamentares, empresários, cidadãos comuns. Todos podem ser chamados para depor. Mas o Policarpo e o sr. Civita não.
O mais indecente de tudo é que Policarpo Junior já depôs numa CPI. Sabia? Pois é. Foi em 2005, a convite. Naquela ocasião, ele foi, todo sorridente. Nenhum editorial se levantou para dizer que aquilo era um atentado à liberdade de imprensa. Sabe por que, prezado internauta?
Porque Policarpo Junior, veja só, depôs como testemunha de defesa de um bandido. De defesa. Sabe de quem? Adivinhou: Carlos Cachoeira. O coitado estava sendo vítima de chantagem, declarou o aspone de bicheiro.
Segundo Policarpo, o então deputado André Luiz, (sem partido-RJ) teria tentado extorquir R$ 4 milhões do bicheiro, para evitar que seu nome constasse no relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito da Loterj, instaurada no ano anterior pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.
Não é muito cinismo? Para defender bandido, Policarpo pode depor. Para prestar esclarecimentos à sociedade, não.
Os tubarões da mídia estão desesperados. Podem publicar centenas de editoriais. Podem estrebuchar o quanto quiserem. O povo não é bobo: Policarpo, pede pra sair!
Assista à reportagem do Jornal da Record sobre a relação entre Cachoeira e Veja:
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