“Presidente Federico Franco, é o
entrevistado das páginas amarelas; diz que a deposição de Lugo foi
constitucional e que os militares “foram fiéis à pátria” não se prestando à
suposta tentativa de golpe arquitetada por Hugo Chávez; em editorial, a revista
da Abril assumiu sua posição: é a favor do golpe
Federico Franco, presidente do Paraguai
desde a deposição de Fernando Lugo, surge doce, cândido e com ar de bom moço na
foto que ilustra a entrevista de páginas amarelas da revista Veja deste fim de
semana. Nela, Franco nega que tenha havido golpe de Estado no Paraguai, muito
embora tudo tenha sido decidido em menos de 48 horas, sem que seu antecessor,
Fernando Lugo, tivesse tido a oportunidade de apresentar sua defesa. “Houve um
processo de impeachment que está previsto na Constituição, com respeito
absoluto à democracia e aos direitos humanos”, disse Franco ao repórter Hugo
Marques, que foi enviado a Assunção.
Na entrevista, em que Franco não foi
questionado sobre o rito sumário da deposição de Lugo, o presidente paraguaio
se coloca como um amigo e aliado do Brasil, citando a parceria em Itaipu, os
500 mil brasiguaios que vivem do outro lado da fronteira e os laços de amizade
histórica que aproxima os dois países. “Tenho esperança de que o Itamaraty, que
sempre teve uma conduta retilínea e exemplar, possa reavaliar sua posição”, diz
Franco, falando sobre a expulsão do Paraguai do Mercosul. “Tudo nos une. Nada
nos separa”.
Golpe, na visão do presidente paraguaio,
foi a suposta tentativa da Venezuela, de Hugo Chávez, de incitar uma
resistência militar em favor de Fernando Lugo. “Os generais foram fiéis à
pátria”, disse Franco, citando a suposta ingerência de Chávez em assuntos
internos do Paraguai.”
A
favor do golpe
Além de entrevista Franco, a revista Veja
demarcou sua posição sobre a crise do Mercosul, num editorial assinado pelo
diretor Eurípedes Alcântara. O texto, sob a foto dos presidentes dos países
sul-americanos, foi intitulado “A aliança para o atraso”, numa clara referência
à “Aliança para o progresso”, um programa que, entre 1961 e 1970 buscou
aproximar os Estados Unidos da América do Sul – foi justamente neste período
que se implantaram as sementes das ditaduras no continente.
No editorial, Veja fez troça da posição da
diplomacia brasileira na crise paraguaia. “Um desses episódios foi a bizarra
reação brasileira ao processo constitucional de impeachment que tirou da
presidência do Paraguai o esquerdista Fernando Lugo. A diplomacia brasileira
foi, para ficarmos com a hipótese mais benigna, mera espectadora da inaceitável
tentativa do venezuelano Hugo Chávez de fomentar um golpe militar em Assunção
e, assim, evitar a saída de Lugo do poder”, escreveu Eurípedes.
Veja assumiu seu lado: é a favor do golpe
de Franco, a quem considera um democrata. E já que perguntar não ofende, como
será que se comportaria se algo semelhante ocorresse no Brasil?”
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