Do Blog do Miro - 5/10/2012
Por Altamiro Borges
A Folha tucana noticia hoje que a abrupta queda nas
pesquisas registrada nos últimos dias “abriu uma crise no comando da campanha
de Celso Russomanno (PRB) à prefeitura de São Paulo. Às vésperas da eleição, o
partido do candidato e seu principal aliado, o PTB, divergem sobre a
estratégia na reta final. O comando da campanha sofrerá intervenção na
segunda-feira caso Russomanno passe para o segundo turno”. Pelo visto, a
hemorragia de votos do “azarão” é violenta e ele corre o sério risco de morrer
novamente na praia.
Em duas semanas, o candidato “laranja”, que não tem história
nem programa de governo, perdeu dez pontos percentuais, caindo de 35% para 25%
das intenções de voto. As sondagens internas dos partidos, os tais trackings,
já apontam que ele beira os 20%, empatado com o petista Fernando Haddad e o tucano
José Serra. No desespero, o comando da sua campanha entrou em parafuso. O
principal alvo das críticas é o marqueteiro Ricardo Bérgamo, mas também há
fortes tensões entre os dois partidos coligados.
“O presidente estadual do PTB, Campos Machado, defendeu
abertamente a troca de Bérgamo pelo publicitário Agnelo Pacheco. A intervenção
irritou o candidato. Aliados de Russomanno reclamaram da atuação dos
petebistas, que sugerem mudanças na agenda e escalaram um ‘time de notáveis’
para criar um programa de governo, principal fonte de críticas ao candidato. Petebistas
se queixam, por sua vez, da defesa do candidato feita pelo bispo Edir Macedo
num momento em que a sua vinculação com a Igreja Universal do Reino de Deus é
alvo de contestação”, relata a Folha.
Haddad é o maior beneficiário da hemorragia
Ainda não é certo para onde migram os votos do candidato do
PRB. Uma primeira hipótese é de que eles alavancaram a candidatura de Gabriel
Chalita (PMDB), que também cresceu nas últimas sondagens e embaralhou ainda
mais o quadro da disputa. Mas a pesquisa do Datafolha mostra que “Haddad é
primeira opção de eleitor volátil de Russomanno”. Dos 26% dos eleitores do “azarão”
que dizem que ainda podem trocar de candidato, 31% afirmam que, se mudar, tendem
a votar em Fernando Haddad.
Atrás do petista, aparecem empatados Serra e Chalita – cada
um teria 17% dos votos que eventualmente podem deixar de ir para Celso
Russomanno. Não é para menos que a campanha de Fernando Haddad resolveu
intensificar as críticas ao candidato do PRB. No último dia de propaganda na
rádio e tevê, ela exigiu uma inserção ligando Russomanno à “máfia dos fiscais”
do ex-prefeito Celso Pitta (1997-2000), que cobrava propinas de comerciantes e
construtoras. “É, Russomanno, a verdade sempre aparece. Ainda bem que, desta
vez, foi antes da eleição”, provoca o comercial.
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