O povo de São Paulo convive diariamente com problemas ligados à falta
de prioridade para melhorar a vida dos mais pobres. Diante disso, é
preciso reagir. É preciso mudar. E a mudança começa por derrotar as
candidaturas que defendem os interesses da elite, dos que tiram vantagem
do sofrimento dos mais pobres.
No dia 7 de outubro, o paulistano irá às urnas escolher o novo prefeito e seus vereadores. Para contribuir com o debate, o Brasil de Fato traz, nesta edição especial, reportagens sobre os problemas e desafios que o próximo prefeito terá de enfrentar.
A educação de má qualidade e a falta de vagas nas creches, no ensino
médio e nas escolas técnicas não são problemas de todos, mas de quem
não pode pagar. As grandes dificuldades na área da saúde também são
diferentes para quem pode pagar um plano privado e para quem tem de
esperar meses e meses para fazer um simples exame.
A falta de programas de moradia favorece a especulação imobiliária, que
faz com que a população tenha de morar cada vez mais longe em busca de
aluguéis mais baixos ou tenha de comprometer grande parte do seu
salário pagando caro pelo aluguel.
O histórico problema da falta de transporte público de qualidade
estimula a compra de mais carros, o que causa enormes
congestionamentos. Isso é agravado por um modelo de organização urbana
que jogou os pobres para os bairros distantes e concentrou o emprego no
centro expandido.
A cidade conhecida como “coração econômico” do país, que tem um
orçamento anual maior do que todos os outros estados, é um território
de desigualdade social. Na mesma cidade moram milhões de pobres e as
famílias mais ricas do país, donas dos bancos e das grandes empresas,
que ignoram a realidade do povo. As saídas para os problemas que
atingem a maioria da população não virão dos ricos.
É preciso mudar
As forças políticas que sustentam as candidaturas de José Serra (PSDB) e
Celso Russomano (PRB) representam os setores que não querem essa
mudança. Por isso, vendem o que não têm. Não podem dar o que o povo de
São Paulo precisa: mudar a política da cidade.
Serra é o candidato das forças políticas que aplicaram o neoliberalismo
no Brasil, gerando desemprego, privatizações, baixos salários e
aumento das desigualdades sociais.
Russomano é um velho conhecido, aparece como popular por ter origem em
um programa de televisão, mas tem propostas soltas, vagas e isoladas.
Tem como principal proposta o fortalecimento do aparato repressivo. Ou
seja, está longe de querer enfrentar as causas dos problemas do povo.
A população precisa de uma prefeitura que enfrente as questões que
aparecem no dia a dia. Para isso, não basta eleger um “síndico de
prédio” aventureiro. É preciso resolver os problemas olhando para
frente, com planejamento de médio e longo prazo para construir uma
cidade que corresponda às necessidades de sua população.
Os problemas dos trabalhadores e trabalhadoras, dos pequenos
comerciantes, pequenos empresários e, sobretudo, dos mais pobres não
serão resolvidos por candidatos que representam os ricos e poderosos.
Tampouco serão resolvidos por candidatos com um bom “palavreado”, mas
que no fundo representam as piores práticas políticas do nosso país.
Esse tipo de político, mesmo quando são eleitos com bandeiras
populares, governam para os ricos.
Por isso, só o povo organizado, consciente e com disposição de luta
poderá impor as mudanças e garantir direitos, por meio da pressão sobre
os governos. As eleições são momentos para se refletir sobre os
problemas e se fazer opções. A eleição de prefeitos e vereadores
compromissados com uma gestão democrática, com prioridade para as
demandas dos mais necessitados, faz a diferença. Pense nisso!
Editorial do jornal Brasil de Fato:
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