Por Altamiro Borges
A repórter Raquel Ulhôa, do jornal Valor Econômico, publicou
ontem uma matéria que atesta o desespero do DEM – a sigla da direita oligárquica
que perdeu 1.529 vereadores e 222 prefeitos nas eleições deste ano e que parece
trilhar o caminho da extinção. Segundo ela, o presidente nacional do partido,
senador Agripino Maia (RN), conversou nos últimos dias com 33 empresários
de São Paulo em busca de ajuda financeira para as campanhas do segundo turno.
ACM Neto, que disputa Salvador, é a prioridade dos demos.
Neste esforço hercúleo, a batalha principal se dá nas
eleições para a prefeitura de Salvador. “Ganhar a capital baiana, terceira
maior cidade do país, significaria agregar 1,8 milhão de eleitores e dar ao
Democratas uma vitrine administrativa. Se o deputado Antonio Carlos Magalhães
Neto (DEM), o ACM Neto, for vitorioso e fizer boa gestão, pode garantir
sobrevida ao partido, cuja sobrevivência está ameaçada pela perda de quadros e
sucessivos escândalos que abateram lideranças expressivas”.
No primeiro turno, o DEM ganhou apenas em uma capital, Aracaju
(SE). Para evitar o caminho do inferno, os demos dependem da vitória em
Salvador e também de algumas alianças pragmáticas realizadas para o segundo
turno, inclusive com o PSB de Eduardo Campos e Cid Gomes. “O Democratas tem uma
postura ideológica clara, na defesa da livre iniciativa, na luta contra a carga
de impostos e na defesa do setor primário. Nós trombamos com o PT em muita
coisa. Com o PSB, não”, justifica Agripino Maia.
“Apesar de enfrentar a trinca petista formada pela
presidente Dilma Rousseff, pelo ex-presidente Lula e pelo governador Jaques Wagner,
todos em torno de Nelson Pelegrino (PT), ACM Neto terminou o primeiro turno com
uma pequena vantagem sobre o petista... Se ganhar, pode dar sobrevida ao
DEM. Uma derrota poderá ser a pá de cal na tentativa de manter o DEM vivo”,
conclui a repórter do Valor. Como se observa, a eleição em Salvador tem dimensão
nacional. E os ricaços, com o seu aguçado espírito de classe, já perceberam isto!
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