sábado, 13 de outubro de 2012

Propina da Alstom chega a US$ 430 mi, afirma Suíça


Folha de S.Paulo  29/10/2008
O volume de propinas pagas pela multinacional francesa Alstom a funcionários estrangeiros pode ter sido superior a US$ 430 milhões, informa nesta quarta-feira reportagem de Marcelo Ninio, publicada pela Folha (a íntegra está disponível apenas para assinantes do jornal e do UOL).
Segundo a reportagem, o cálculo é da Justiça suíça, que investiga a suspeita de que a empresa subornou servidores de vários países, incluindo o Brasil, para ser favorecida em licitações de projetos públicos.
Informações divulgadas ontem pelo Tribunal Federal Penal em Bellinzona, na parte italiana da Suíça, apontam que a Alstom pode ter pago mais de US$ 60 milhões por ano em propinas entre 1998 e 2003. O suborno era mascarado como "pagamento de consultorias", mas as empresas beneficiadas serviam para lavar e transferir o dinheiro da corrupção.
A Folha informa que os procuradores suíços consideram os pagamentos suspeitos porque muitos deles envolviam empresas que jamais prestaram nenhum consultoria à gigante francesa. Em alguns casos, afirmam, há provas de que o dinheiro acabou nas mãos de funcionários públicos de Itália, Zâmbia e México.
O Ministério Público já havia informado que há pelo menos três investigações em curso sobre o caso Alstom, e que uma delas é sobre o uso de bancos suíços para pagar propinas no Brasil. A principal suspeita envolve o pagamento de US$ 6,8 milhões a integrantes do governo paulista para ganhar licitação de US$ 45 milhões do Metrô.
Outro lado
A Alstom comentou a suspeita de que teria destinado US$ 60 milhões por ano ao pagamento de propinas. "O grupo Alstom formalmente nega acusações, que não se baseiam em evidências", disse Philippe Kaffe, assessor da empresa, à agência France Press.
Ao contrário do que dão a entender as informações da corte suíça, a empresa diz que o parecer da Justiça lhe é favorável. "Nem a Alstom nem empregados da Alstom foram acusados de corrupção", disse Kaffe. "A decisão do Tribunal Penal Federal, que nos é favorável, considera injustificado associar pagamentos feitos pela Alstom a consultores a corrupção ou tentativa corrupção."

 

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