A economia alemã registrou forte desaceleração em 2012 por causa da
recessão na zona do euro, em particular no quarto trimestre do ano, e
esta pode se prolongar em 2013.
O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 0,7% segundo dados
ajustados às variações sazonais, segundo dados provisórios anunciados
nesta terça-feira pelo escritório federal de estatísticas Destatis, em
coletiva de imprensa em Wiesbaden (oeste).
O crescimento do ano passado é muito inferior ao de 2011 (+3%) e de
2010 (+4,2%) e mais baixo que o previsto pelo governo alemão, que
esperava um avanço de 0,8%.
A economia alemã foi gradualmente afetada pela crise que atinge alguns
de seus sócios, como a Itália e a Espanha. No primeiro trimestre,
registrou um crescimento de 0,5%, no segundo, de 0,3% e de 0,2% no
terceiro.
No quarto trimestre, o PIB se contraiu 0,5%, mas os economistas esperam
uma melhora nos três primeiros meses de 2013, o que permitirá evitar a
recessão da principal economia europeia.
Prudente, o governo alemão revisou para baixo suas previsões para 2013
de 1% a 0,4%, segundo fontes ministeriais, que preveem um crescimento
de 1,6% para 2014.
O Ministério da Economia alemão divulgará nesta quarta-feira suas previsões de crescimento quando publicar seu relatório anual.
Para 2013, o economista da Natixis, Christian Ott, acredita que a
economia alemã vai se recuperar "gradualmente" ao longo do ano,
enquanto Carsten Brzeski, da ING, mais otimista, considera que o país
conta com os "fundamentos econômicos para um novo ano de crescimento
sólido em 2013" e que deverá ser um dos "primeiros beneficiários da
recuperação econômica mundial".
Segundo Andreas Rees, economista da UniCredit, "o desempenho da
economia alemã foi notável", dado o contexto atual da recessão na zona
do euro e a fragilidade do quarto trimestre.
Essa também é a opinião do diretor do Destatis, Roderich Egeler, para
quem a economia alemã se mostrou "resistente em 2012, apesar do entorno
difícil", apesar da conjuntura no país ter "esfriado muito" no segundo
semestre.
Aumento das exportações
As exportações cresceram 4,1% no ano passado, mais que as importações
(+2,3%), segundo Destatis, o que indica que a "queda das exportações
aos países da União Europeia foi compensada com o aumento das
exportações fora da Europa".
Contudo, o panorama é um pouco diferente em relação à demanda interna. O
consumo das famílias, sustentado pela boa saúde do mercado de
trabalho, aumentou 0,8% no ano passado, mas diante do aumento da
incerteza os investimentos caíram fortemente, em particular nos bens de
capital (-4,4%).
A chanceler alemã, Angela Merkel, grande defensora do saneamento das
finanças públicas na zona do euro, também recebeu boas notícias sobre
as contas públicas.
Esse resultado é explicado pelo bom comportamento do mercado de
trabalho alemão, que beneficiou as receitas fiscais, e pelos esforços
de consolidação orçamentária realizados por todos "os governos
territoriais", disse o Ministério da Economia.
O déficit orçamentário do Estado é de 5,6 bilhões de euros, abaixo das
previsões em 2012, de 22,5 bilhões, segundo o Ministério da Economia.
Por outro lado, a dívida pública do país aumentou, chegando a 81,7% do
PIB contra 80,5% em 2011, muito superior ao limite de 60% fixado pelo
Tratado de Maastricht.
No IstoÉ
Nenhum comentário:
Postar um comentário