segunda-feira, 7 de abril de 2014

Copa das Confederações já pagou estádios, diz estudo


Pesquisa que acaba de ser concluída pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) calcula que o impacto dos jogos da competição sediada no Brasil em 2013, durante duas semanas, foi de R$ 9,7 bilhões adicionados à economia até a véspera do evento, quase R$ 1 bilhão a mais do que a última estimativa do que se gastaria com a construção das arenas da Copa do Mundo; com base nesses números, estimativa é de que o Mundial gere resultado ao menos três vezes maior: R$ 30 bilhões para o PIB; "Os números demonstram que investir em turismo e em grandes eventos vale a pena", constata ministro do Turismo, Vinicius Lages
247 O dinheiro injetado na economia brasileira por conta da Copa das Confederações, que durou duas semanas em 2013, em seis capitais, ultrapassou o valor que deverá ser gasto com a construção dos 12 estádios da Copa do Mundo. É o que revela um estudo que acaba de ser concluído pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), que aponta que foram adicionados R$ 9,7 bilhões na economia brasileira até a véspera do evento. Segundo a última estimativa oficial da Fifa, divulgada em janeiro pelo jornal O Estado de S. Paulo, o custo dos estádios deverá ser de R$ 8,9 bilhões.
Com base no retorno financeiro que a Copa das Confederações deu ao País, a estimativa, de acordo com o estudo da Fipe, é de que o investimento no Brasil com a Copa do Mundo seja pelo menos três vezes maior: R$ 30 bilhões, ou 0,5% do PIB, revela reportagem do jornal Valor Econômico nesta segunda-feira 7. Encomendado pelo ministério do Turismo, o levantamento mostra que o gasto de turistas nacionais chegou a R$ 346 milhões, enquanto os estrangeiros desembolsaram R$ 102 milhões no País.
O evento gerou ainda 303 mil vagas de trabalho, 40% nas cidades-sede e 60% em outros locais. Os números finais são ainda mais positivos para a economia brasileira: considerado o efeito multiplicador do evento, ou seja, a partir do impacto na economia para cada real investido, o total movimento foi de R$ 20,7 bilhões. Para a Copa do Mundo, este ano, a estimativa é de que o País atraia um turista que gaste mais: R$ 5,5 mil, em média – enquanto na Copa das Confederações esse valor foi de R$ 4,1 mil deixados no Brasil. A previsão é que 600 mil estrangeiros passem por aqui durante o Mundial.
Retorno que vale a pena
Para o ministro do Turismo, Vinicius Lages, "os números [da pesquisa da Fipe] demonstram que investir em turismo e em grandes eventos vale a pena. O turismo se beneficia do investimento em infraestrutura e alavanca outros setores". Em entrevista ao Valor, ele afirma que, com a Copa das Confederações, "tivemos um impacto na economia como um todo. Até 137 cidades que não tinham relação direta com o evento foram visitadas".
Lages também ressalta que foi visto, com o evento de 2013, que o sucesso se repetirá em 2014, na Copa do Mundo. "Isso não significa que todos os aeroportos, por exemplo, estarão concluídos até os jogos. Seria muito precipitado não considerar algumas ocorrências. Mas acredito que não teremos problemas na Copa", pondera.
Segundo ele, as arenas não serão elefantes brancos se forem bem utilizadas. "Mesmo que se diga que há estádios que possam ter uma baixa utilização, eles darão resultado se tiverem uma estratégia bem montada. Vai depender muito disso. Temos que dinamiza-los, são equipamentos multiuso e que terão de ser rentabilizados. Todos têm custo e manutenção elevados. Tudo vai depender dos modelos de negócio e das iniciativas. Em qualquer lugar do mundo é assim", pontuou.

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