Choro da presidente ao lembrar dos exilados que voltaram ao País pelo
Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, ressalta face emotiva de Dilma
Rousseff; lembranças do período da ditadura militar (1964-1984) sempre
são difíceis para ela, que foi presa política e torturada nos porões do
regime; presidente se emocionara antes ao instalar Comissão Nacional da
Verdade; iniciativas do governo Dilma para averiguação de violações dos
direitos humanos nos governos militares chegaram a avanços em forma de
confissões e apurações conclusivas; uma conquista, mesmo sem a revisão
da Lei de Anistia
247 – Ao instalar a Comissão Nacional da Verdade, para apuração dos
crimes e violações de direitos humanos, especialmente pela prática de
torturas, durante o regime militar (1964-1984), a presidente Dilma
Rousseff chorou. Com fama de durona, ela enfrentava naquele momento, em
16 de maio de 2012, as lembranças de seu passado doloroso, de presa
política e torturada por agentes da ditadura em instalações militares.
Na manhã desta quarta-feira 2, no aeroporto do Galeão, ela mais uma vez
foi às lágrimas quando lembrou do exilados políticos que por ali
voltaram ao Brasil depois da anistia, em 1979. Entre os dois momentos,
em janeiro do ano passado, outra vez a face emocionada de Dilma se
mostrou quando ela se manifestou a respeito da tragédia da boate Kiss,
em Santa Maria, quando 231 pessoas, a maioria jovens, morreram num
incêndio.
Com fama de durona nos bastidores do poder, é compreensível que a
presidente não tenha resistido impassível às lembranças que a passagem
dos 50 anos do golpe militar de 1º de abril de 1964 lhe despertaram. Mas
também é certo que ela está vencendo a luta contra o apagar de um
passado que, até a chegada da própria Dilma ao governo, nunca teve na
sua apuração uma política de Estado.
Foi a partir da criação da Comissão Nacional da Verdade, e de suas
instalações nos Estados, que uma série de confissões e apurações
conclusivas começaram a surgir.
Horrores nunca antes detalhados vieram à tona, com personagens em
diferentes locais admitindo terem tomado parte em casos emblemáticos. O
desaparecimento, em 1971, do deputado Rubens Paiva foi praticamente
esclarecido, com a confissão do coronel Paulo Malhães sobre detalhes do
assassinato, esquartejamento e ocultação do corpo.
A apuração do caso Rio Centro chegou a novos nomes dos mandantes do
envio da bomba ao show realizado no Rio de Janeiro, em 1981. Entre eles,
o do general reformado Edson Sá Rocha, então chefe da Seção de
Operações do DOI em 1981. Pelo país, antigos torturadores tem mostrado
sua própria cara.
Neste ano, com a aproximação das eleições e o aumento natural da
agitação no mundo político, Dilma receberá uma das maiores cargas de
pressão entre todos os personagens da cena. Ela pode ser dura como
administradora, mas já mostrou que tem muitas emoções à flor da pele. A
campanha que se avizinha será um grande teste para mostrar qual das duas
faces vai prevalecer em Dilma.
Postado há 12 hours ago por Blog Justiceira de Esquerda
Do Blog Justiceira de Esquerda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário