terça-feira, 26 de abril de 2011

Emprego cresce entre os mais velhos. Porque há emprego


Interessante a matéria “Emprego cresce mais na faixa acima de 50 anos”, publicada pela Folha de hoje. É bem verdade que o crescimento – se considerada a expansão do contingente da população pertencente a esta faixa etária – não foi tão díspar assim em relação ao pessoal de outras idades.

Os empregos para os “cinquentões” aumentou 56,1%. Acima, portanto, dos 46% de aumento no contingente desta idade. Mas em dezembro de 2002, último ano do Governo Fernando Henrique, o número era de 17,7 milhões nas regiões pesquisadas pelo IBGE. Em março deste ano, segundo o IBGE, passou a 23,8. Portanto, o aumento geral de empregos nas seis regiões metropolitanas foi de 6,1 milhões, ou 34,5%, no período.

Ou seja, a expansão do emprego para o pessoal de mais idade deu-se num quadro de expansão geral do emprego e por causa disso.

Porque é neste contingente que, mais rapidamente, se encontram os níveis de preparo e experiência para algumas funções, sim, mas sobretudo porque havia um imenso “estoque” de desempregados nesta faixa, subproduto da era de desemprego e de desprezo aos mais velhas – lembram do “aposentado-vagabundo”? – daquele período.

Aí do lado está o gráfico que recolhi de um trabalho acadêmico de Adriana Fortes e Adriana Arpon, mostrando a ínfima possibilidade de colocação no mercado de pessoas de mais idade durante os anos FHC (a pesquisa é de 1999).

Formou-se, ali, uma macabra conjugação entre ao “país velho” – nossas tradições, sonhos, sentimentos nacionais, desenvolvimento autóctone – e as “pessoas velhas” , “inservíveis” para a modernidade, naquela visão. Estes, passaram a ser “um fardo” a ser carregado, o que ficava claro no tratamento da Previdência Social.

Este é, aliás, o mais sadio efeito econômico – e nenhum efeito pode ser sequer comparado ao que isso provoca de mudança na vida pessoal, na autoestima e nas relações familiares, onde o desemprego é um verdadeiro ácido a corroê-las – desta “onda” de emprego. É a melhor e mais justa “reforma” previdenciária: ter emprego para continuar trabalhando (e contribuindo) enquanto houver vontade, capacidade e oportunidade e deixar de ter a aposentadoria precoce como única tábua de salvação para a falta de trabalho e emprego.

Do Blog TIJOLAÇO.COM

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