quarta-feira, 27 de junho de 2012

Serra, Colorados e o PRI: o atraso manda em SP há 18 anos

O trio que, aliado ao que há de mais retrógrado, governa São Paulo. Serra representará os interesses dos grandes grupos midiáticos e de radicais conservadores nas eleições municipais de outubro
Os tucanos governam São Paulo desde janeiro de 1995, neste período de quase 18 anos não conseguiram resolver problemas básicos e essenciais do estado e da capital.

Pior ainda, fizeram crescer uma onda neo conservadora, raivosa e preconceituosa, exemplificadas pelos bárbaros e fúteis ataques a homossexuais, que provocaram mortes ou a nordestinos, influenciadas por políticas restritivas que contribuíram para gerar tais bárbaros atos.

O novo não tem tido vez em São Paulo porque quem se apoderou do estado isola-se dos problemas que afetam os mais pobres e se recusam a cooperar para minorar os dramas de seu povo.

Blindados pela grande imprensa que ajudam a sustentar financeiramente, como ocorre na compra de assinaturas de revistas e jornais, sem licitação, para escolas públicas estaduais, tucanos e aliados avançam com um plano que resulta na desmobilização da sociedade e uma consequente acomodação no poder.

Com tanto a frente dos paulistas, conservadores não podem ser comparados a nada em âmbito regional, porque lá se vão 18 anos e a memória do eleitor é confundida e embaçada pelo noticiário bondoso da imprensa e pela publicidade alienadora do governo estadual. O eleitor é levado a crer em um ambiente de escolhas medíocres e são enganados a permanecer no engodo do o que tá lá, é preservado "para não piorar".

Mas é muito mais do que blindar o que a imprensa, aliada de primeira hora de tucanos e conservadores radicais, faz.
O noticiário cega o olhar crítico da maioria do povo paulista ou esconde os caroços embaixo do angu.

O que já ocorreu em São Paulo ao longo destes longos 18 anos, por incompetência ou má gestão, fosse em outro estado ou no governo federal, seria motivos de grandes editoriais indignados, mereceria uma série de matérias para desancar os ocupantes do Palácio do Bandeirantes e deixaria em alerta constante a sociedade, pois bem, veja quantas situações graves ou calamitosas o governo paulista provocou ou se omitiu em resolver.

Acidentes em obras públicas:

Estação Pinheiros do Metrô
Em janeiro de 2007, o desabamento nas obras da Estação Pinheiros do Metrô, em São Paulo, resultou na abertura de uma cratera de 80 m de diâmetro por 30 m de profundidade, que "engoliu" quatro caminhões, dois carros, uma van e abalou estruturas de edificações vizinhas. Sete pessoas morreram no acidente.

Rodoanel
Neste mês, três vigas de 85 t e cerca de 40 m de comprimento caíram do viaduto no trecho sul do Rodoanel Mario Covas, atualmente em obras, sobre a rodovia Regis Bittencourt, atingindo dois carros e um caminhão.

Estação Eucaliptos do metrô
22 de junho de 2012, acidente em uma das obras do Metrô de São Paulo matou duas pessoas no início da tarde desta sexta-feira. As vítimas eram funcionários do Consórcio Heleno Fonseca/Triunfo-Iesa e trabalhavam na construção da Estação Eucaliptos da Linha 5-Lilás, na Avenida Ibirapuera, zona sul da capital paulista.

Segurança pública:

Ataques do PCC
Na noite da sexta-feira 12 de maio de 2006, integrantes do Partido do Crime realizaram uma rebelião em 74 presídios e orquestraram 373 ataques contra bases policiais e postos do Corpo de Bombeiros.

Nas semanas seguintes, foi a vez de as autoridades darem a resposta: dezenas de mortes foram registradas nesse revide – muitas famílias reclamam do assassinato de inocentes.

No total, pelas informações oficiais da época, 154 pessoas morreram, sendo 24 PMs, 11 policiais civis, nove agentes penitenciários, 110 cidadãos - 79 deles suspeitos de ligação com o PCC. Estimativas de entidades médicas apontaram 493 mortes.

Conflito entre as polícias
Policiais militares e civis entraram em conflito em 16 de outubro de 2008, durante o protesto dos civis, que estavam em greve há um mês. O confronto foi motivado pela truculência da PM que barrou a passagem de uma passeata dos policiais civis rumo ao Palácio do Bandeirantes, sede do governo estadual. Houve tiroteio e algumas pessoas saíram feridas, entre elas o coronel Antão, um dos negociadores da greve, que foi levado ao Hospital Albert Einstein.
A Polícia de São Paulo recebe um dos menores salários do Brasil.

Arrastões em condomínios
O número de arrastões a condomínios na capital paulista já passou de 13 ocorrências , mais do que o número registrado ao longo de todo o ano de 2011.

Arrastões em restaurantes
27 ocorrências até junho deste ano desta modalidade de crime, que o ex-secretário nacional de segurança pública coronel José Vicente da Silva, tentou minimizar, como sendo "quase nada". “Foram 27 arrastões de janeiro até agora e isso é quase nada no conjunto de assaltos da cidade, que somam 500 por dia”.

Massacre do Pinheirinho
Em 22 de janeiro de 2012, mais de mil policiais fortemente armados invadiram a comunidade de Pinheirinho, em São José dos Campos, região próspera e desenvolvida do estado de São Paulo. Pegos de surpresa, quando ainda dormiam, na expectativa de chegar a um acordo com o poder público, através de uma intermediação do governo federal e de uma liminar da Justiça Federal que suspendia a reintegração de posse por 15 dias. A segurança pública do estado mair ricos país negou aos moradores o direito de legítima defesa do povo da comunidade e os reprimiu com extrema violência.

Caos do transporte público
Constantes acidentes nas operações dos trens e metrôs de São Paulo que penalizam, diariamente, milhões de passageiros, esmagados dentro das composições, convivendo com uma rotina de atrasos e paralisações dos serviços.

Fato lastimável que mereceu uma publicação no twitter de total desprezo ao povo de São paulo, por parte de Soninha Francine, aliada fiel de tucanos e demos ao comentar sobre mais um dos acidentes no metrô:
"Metro caótico, é? Não fosse p TV e Tuíter, nem saberia. Peguei Linha Verde e Amarela sussa. #mtoloco."

Novos ataques do PCC
Ônibus incendiados e policiais assassinados pela facção criminosa, dada como "morta" pelo governo do estado, mas aparece vigorosa em seus delitos e provando, cabalmente, que a segurança pública do governo tucano, há tempos, perde a batalha contra os criminosos, os números de homicídios crescem, enquanto no Rio de Janeiro, caem.

Como afirmou José Carlos Aleluia, deputado federal baiano pelo DEM, ao comemorar o sucesso do golpe de estado praticado pelos conservadores paraguaios contra Lugo: "se a moda pega [alegar má gestão para destituir governante]" os paulistas não estariam há muito tempo sofrendo com tantos descasos e ações criminosas por parte do estado.
Não pagariam os pedágios mais caros do Brasil ou teriam uma das pioras avaliações da educação pública do país. Tampouco seus professores seriam humilhados com remunerações indignas e atacados por policiais quando se manifestam contra tamanha indignidade.

Não fosse a mesada que o PSDB dá a editora Abril, editora Globo, Folha de São Paulo e Estadão, através de generosa subvenção pública para levar as publicações destas empresas ao alcance de crianças e adolescentes nas escolas e bibliotecas públicas, estariam tucanos e seus parceiros políticos tranquilos sem se sentirem incomodados com tantos escândalos acumulados?

Como é bom ter amigos fiéis, mesmo que por isso sejam regiamente remunerados, né mesmo?

A oportunidade
As eleições de outubro representam justamente o aglutinação do velho, do atrasado e do radical conservadorismo que representam Serra, Kassab e a coligação midiática que os sustentam massivamente frente aos seus eleitores em troca de generosos “subsídios” estatais, todos estarão do mesmo lado do ringue eleitoral, reconhecidos pelo azul e amarelo e o número 45.

Este é o poderoso agrupamento que seus adversários terão que combater e demonstrar para a sociedade, irrefutavelmente, que esta situação não pode continuar persistindo.

Caberá ao paulistano identificar, de maneira clara, aquilo que se põe a sua escolha e começar a mudar a correlação de forças políticas de São Paulo, a partir da capital.

Assim como aconteceu com o PRI mexicano e o Partido Colorado Paraguaio, a “institucionalização” do poder por parte deste círculo político predominante, pode representar sérios riscos a democracia brasileira, de tão retrógradas e excludentes se apresentam as ideias do conjunto societário que se agregam, ano após ano, para permanecerem fortes.

São Paulo que tem vocação para vanguarda, a metrópole que recebe gente do país inteiro e da América Latina, não pode se acomodar na louvação à retrógradas.

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