terça-feira, 30 de abril de 2013

Militantes acusam PSOL de “endireitar”

Não é só nos partidos da burguesia, os PSDB e DEM da vida, que há troca-troca partidário. Há também puladas de cerca no espectro da extrema esquerda. Veja esse caso, do Paraná, envolvendo o PSOL e o PSTU.
A presidenta do Sindicato dos Técnicos Administrativos da UFPR (Sinditest), Carla Cobalchini, e o diretor da entidade José Carlos de Assis anunciaram desfiliação do PSOL, da ex-presidenciável Heoloisa Helena, e ingresso no PSTU.
“O aparecimento contínuo de práticas corruptas, reformistas e eleitoreiras deixou de ser a exceção para se tornar a regra. O financiamento privado de campanha (GERDAU), as alianças espúrias com a direita (Macapá), a incoerência política na reivindicação do apoio do PT e de LULA (Edmilson-Pará), a recusa da defesa das bandeiras programáticas do partido por parte da sua principal figura pública e candidata (Heloisa Helena e a defesa contra a legalização do aborto); são exemplos da prática reformista deste Partido”, diz um trecho da carta conjunta divulgada pelo sindicalistas.
O presidente estadual do PSTU, advogado Avanilson Araújo, ex-candidato a prefeito de Curitiba, diz que agora, com as novas aquisições, a revolução socialista está mais próxima e a burguesia com seus dias contados.
A seguir, leia a íntegra da carta de desfiliação dos militantes do PSOL:

Carta de Desfiliação do PSOL
“…a unidade é transitória e relativa;
e a luta permanente e absoluta”.
Lênin
Comp@s
A Fundação do PSOL foi resultado de um processo de ruptura de parte da esquerda com o PT ainda em 2003. À época, as principais críticas feitas ao PT se referiam ao abandono do horizonte socialista e revolucionário, expresso na política do Governo de Conciliação de Classes de Lula e na burocratização partidária, acompanhada de um funcionamento interno autoritário e anti-democrático. O ato determinante para o lançamento de uma “alternativa” partidária se deu com a expulsão de figuras públicas da esquerda do PT, como a ex-senadora Heloisa Helena.
A proposta então, era de construção de um “guarda-chuva” para a esquerda socialista brasileira que também viesse a romper com o Governo Lula. Existia um sentimento muito forte de que o novo partido não reproduzisse a trajetória petista de degeneração política.
Quase dez anos se passaram e, mesmo que por algumas vezes estes partido tenha ocupado espaços privilegiados na vanguarda da classe trabalhadora, o PSOL foi incapaz de constituir um partido de trabalhadores, revolucionário e comprometido com o socialismo. Em síntese, o PSOL não é mais do que um instrumento para a disputa eleitoral e a atuação parlamentar, caminhando de forma muito segura para um pragmatismo eleitoral.
O aparecimento contínuo de práticas corruptas, reformistas e eleitoreiras deixou de ser a exceção para se tornar a regra. O financiamento privado de campanha (GERDAU), as alianças espúrias com a direita (Macapá), a incoerência política na reivindicação do apoio do PT e de LULA (Edmilson-Pará), a recusa da defesa das bandeiras programáticas do partido por parte da sua principal figura pública e candidata (Heloisa Helena e a defesa contra a legalização do aborto); são exemplos da prática reformista deste Partido.
É claro que sabemos que as organizações dos trabalhadores também podem errar, mas o que vimos no PSOL, tanto nas instâncias partidárias, quanto internamente nas correntes, foi a incapacidade de frear os desvios reformistas e de impedir a reprodução destes “abusos” que ferem o programa do Partido e a sua militância. Infelizmente, a deslealdade e a incoerência entre o discurso e a prática também foram marcas do PSOL no Paraná.
E, por entender que o PSOL não responde mais aos desafios do nosso dia-a-dia militante, bem como não caminha sob o horizonte socialista e revolucionário é que comunicamos aos nossos comp@s de partido que nos desfiliamos do PSOL para buscar outra organização.
Esse novo caminho passa pelo ingresso no Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado – PSTU. Um partido que já é companheiro de militância – especialmente no movimento sindical e de mulheres – que resgatou o classismo e que se manteve fiel aos princípios socialistas.
Acreditamos que ainda existam companheir@s valorosos dentro do PSOL e nos orgulhamos de ter dividido nossa militância com est@s. Porém, não é justo para com el@s, compartilhar um projeto no qual não acreditamos mais.
Ainda resta a certeza de que o desejo que move a consciência desses revolucionários nos colocará nas mesmas lutas.
Saudações Socialistas
Curitiba, 28 de abril de 2013
Carla Cobalchini
José Carlos de Assis
Reproduzido do Blog do Esmael.

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