segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Charlatanismo cresce com crise econômica

Do Blog O Esquerdopata.


Burrice
Polêmica, parapsicologia atrai milhões de pessoas a Paris
da France Presse, em Paris

Cartas de tarô, bolas de cristal, pêndulos, astrólogos, médiuns e videntes: uma feira em Paris levanta um véu sobre o mundo misterioso da parapsicologia, que atrai milhões de pessoas em tempos de crise.

Um em cada seis franceses consulta anualmente um vidente, médium ou astrólogo, passando pela leitura de cartas, da mão e de borra de café, segundo os organizadores desta Feira do Corpo e do Espírito, celebrada na capital francesa há 24 anos.

Num pequeno espaço, atrás de uma espessa cortina de veludo, Didier Beltran conta que desde pequeno tem o dom de ver o futuro, o que o assustava muito.

"Ouvia coisas, via imagens, como num filme, ao olhar as pessoas. Via instantes de seu futuro, sentia como elas eram", conta. "Às vezes tinha medo, porque podia saber coisas tristes que iam acontecer." Até que decidiu pôr o dom a serviço das pessoas, diz.

"Um verdadeiro vidente é um artista. Assim como há pessoas que nascem com ouvido para a música e outros com o dom para a pintura, a matemática, há gente que tem o poder especial de ver o futuro", afirma Cécile Laligan, assessora de imprensa da feira.

Neste final de semana havia muitas mulheres e suas perguntas giravam, em maioria, em torno do mundo sentimental e familiar.

No entanto, cerca de 40% dos participantes são homens. Entre eles, há diretores de empresa e estudantes, passando por jovens desempregados, precisou Laligan.

"Os homens trazem outras preocupações, sobretudo trabalhistas, profissionais", confirma outro expert nas artes da adivinhação, Monsieur Olivier, que cobra entre US$ 80 a US$ 100 por uma hora de consulta.

"Acabo de atender um chefe de empresa", disse Olivier, explicando que, com a crise, aumentou bastante o número de consultas.

Ramón Salas reconhece que neste meio --onde não se exigem diplomas nem formação-- existem muitos charlatães (quem diria!), mas "tentamos reduzir sua presença ao mínimo", comenta.

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