quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Socialismo sem rupturas

Do Blog GUERRILHEIROS VIRTU@IS.

Mais uma das análises definitivas da Maria Inês, fundamental para, no futuro, os historiadores poderem entender como se deu esse movimento do PT, de juntar teses “socialistas” com teses de mercado.

Todos os princípios programáticos descritos pela Inês seriam assinados por qualquer partido social democrata europeu. O “socialismo” – conforme a Inês demonstra – significa inclusão das massas no jogo democrático, Estado planejador e executor, pragmatismo no tema estatização (de um lado, fortalecer as estatais, mas não aumentar o seu número), ênfase nas políticas sociais e nos direitos dos cidadãos.

Essa caminhada, que fez a esquerda e a direita do partido caminharem para o centro – e moldarem uma social democracia – é um momento mágico para historiadores poderem acompanhar em tempo real como se constrói a história. E mostra que não são as grandes formulações teóricas que mudam países e governos. Elas entram mais como slogans ou movimentos individuais, como ideias colocadas na prateleira. Depois, as circunstâncias vão moldando as ações e sempre movimentando a história apenas quando a crise se apresenta.

Quando se encontra um governante com intuição capaz de entender e cavalgar os movimentos das águas, completa-se o ciclo. E ele é chamado de Estadista. No caso de Lula, o movimento deflagrador, da criada, foi a crise do “mensalão”, que colocou o governo a um passo do fim. Quando não se encontra o político adequado, a crise prevalece e países perdem o bonde.

É extraordinário apreciar os caprichos da história, principalmente através da análise de uma pessoa, a Inês, que consegue enxergar a história no momento em que está acontecendo.

Do Valor

Socialismo volta ao programa, mas sem rupturas

Por Maria Inês Nassif

O PT já esteve muito mais à esquerda do que está hoje; também já esteve muito mais à direita. Desde 2002, quando venceu um processo eleitoral imbricado com uma grave crise financeira – alimentada por um movimento especulativo de motivação também eleitoral -, a posição ideológica do partido tem sido mais movida pela conjuntura do que pelos grandes embates internos que marcaram a vida da legenda até o XII Encontro Nacional, de dezembro de 2001, responsável pelo último documento que foi produto de uma disputa acirrada entre suas tendências.

Segundo o secretário de Relações Internacionais do PT, Valter Pomar, da Articulação de Esquerda, a radicalização da oposição, a partir de 2005, levou a um paradoxo: enquanto a esquerda perdia espaço internamente, todo o partido se “esquerdizava”. “A burguesia, a direita, a oposição radicalizaram e o efeito foi ‘esquerdizar’ o partido, ou seja, trazê-lo da Carta aos Brasileiros para o programa do XII Encontro”, disse.

continue lendo no Luis Nassif

fotos da internet

0 comentários

Nenhum comentário: