sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Sul-africanos comemoram 20 anos de libertação do "terrorista" Mandela

Do Blog Os Amigos do Presidente Lula.


Nelson Mandela seria considerado "terrorista" pelos padrões dos reacionários brasileiros, por ter lutado, inclusive com armas, contra o regime racista da África do Sul

O herói da luta anti-Apartheid e primeiro presidente negro da África do Sul, Nelson Mandela, de 91 anos, participou na noite desta quinta-feira (11), no Parlamento sul-africano, da celebração do 20.º aniversário da sua liberação.

Das homenagens participaram diversos dirigente do CNA (Congresso Nacional Africano), partido político de Mandela que continua vencendo as eleições até hoje, e era tratado como organização "terrorista" pelo regime racista sul-africano.

O CNA fazia política com protestos e atos de desobediência civil, mas sem recorrer a luta armada até 1960, passaram a recorrer às armas quando foram jogados na ilegalidade pela ditadura (para os negros) do apartheid, após o massacre de Sharpeville (21 de Março de 1960), quando a polícia sul-africana do regime racista atirou em manifestantes negros, desarmados, matando 69 pessoas e ferindo 180.

Em 1961 tornou-se comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK). Mandela coordenou uma campanha de guerrilha e atentados (sabotagem) contra alvos militares e do governo.

Em 1962 Nelson Mandela tornou-se preso político por "subversão", por incentivar greves, entre outras coisas. Qualquer semelhança com Brasil da ditadura não é mera coincidência.

Em 1964 foi sentenciado novamente, dessa vez a prisão perpétua, por "terrorismo" (planejar ações armadas e sabotagem contra a ditadura do apartheid), tal como os brasileiros que se lutaram contra a ditadura.

Recusando trocar uma liberdade condicional pela recusa em cessar o incentivo a luta armada (Fevereiro de 1985), Mandela continuou na prisão até Fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro.

O CNA também foi tirado da ilegalidade.

Em 1993, o "terrorista" Mandela (pelos padrões dos reacionários brasileiros), recebeu o Nobel da Paz.

Em Maio de 1994, o "terrorista" Mandela foi eleito presidente da África do Sul, na primeira eleição multirracial do país.

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