Nelson Mandela seria considerado "terrorista" pelos padrões dos reacionários brasileiros, por ter lutado, inclusive com armas, contra o regime racista da África do Sul
O herói da luta anti-Apartheid e primeiro presidente negro da África do Sul, Nelson Mandela, de 91 anos, participou na noite desta quinta-feira (11), no Parlamento sul-africano, da celebração do 20.º aniversário da sua liberação.
Das homenagens participaram diversos dirigente do CNA (Congresso Nacional Africano), partido político de Mandela que continua vencendo as eleições até hoje, e era tratado como organização "terrorista" pelo regime racista sul-africano.
O CNA fazia política com protestos e atos de desobediência civil, mas sem recorrer a luta armada até 1960, passaram a recorrer às armas quando foram jogados na ilegalidade pela ditadura (para os negros) do apartheid, após o massacre de Sharpeville (21 de Março de 1960), quando a polícia sul-africana do regime racista atirou em manifestantes negros, desarmados, matando 69 pessoas e ferindo 180.
Em 1961 tornou-se comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK). Mandela coordenou uma campanha de guerrilha e atentados (sabotagem) contra alvos militares e do governo.
Em 1962 Nelson Mandela tornou-se preso político por "subversão", por incentivar greves, entre outras coisas. Qualquer semelhança com Brasil da ditadura não é mera coincidência.
Em 1964 foi sentenciado novamente, dessa vez a prisão perpétua, por "terrorismo" (planejar ações armadas e sabotagem contra a ditadura do apartheid), tal como os brasileiros que se lutaram contra a ditadura.
Recusando trocar uma liberdade condicional pela recusa em cessar o incentivo a luta armada (Fevereiro de 1985), Mandela continuou na prisão até Fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro.
O CNA também foi tirado da ilegalidade.
Em 1993, o "terrorista" Mandela (pelos padrões dos reacionários brasileiros), recebeu o Nobel da Paz.
Em Maio de 1994, o "terrorista" Mandela foi eleito presidente da África do Sul, na primeira eleição multirracial do país.
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