Francisco Antônio de Andrade Filho
Durante essa semana passada, acompanhei os pronunciamentos da Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Entre tantos outros, destaquei a defesa da presença forte do Estado na economia. Com entusiasmo, observei sua habilidade na construção de um novo diálogo do poder político com o sistema do capital. Com ela, senti a possibilidade de uma presença maior do Estado em sua relação com o mercado. Em seu projeto de governo, o Brasil encontrará um novo caminho na distribuição de sua riqueza social, a emancipação política e econômica de nossa Pátria.
E Dilma falou confiante: “Mas definitivamente não estamos na fase neoliberal, aquela em que todo mundo achava que o Estado dava conta de tudo. Achamos que o Estado tem de ter uma presença clara na economia [...] Como é que a gente vai fazer moradia para todos os brasileiros que ganham até três, quatro salários mínimos, sem subsídio”?
Firme e sem medo, a ministra sinalizou a priorização do Estado e a união entre si, nestes termos: "o setor privado não pode abrir mão do Estado[...] É a combinação que faz o Brasil sair da situação que estava em 2003 para sermos cotados hoje para ser a quinta potência."
Nessa linha, as sábias e coerentes palavras da Dilma reportam o filósofo
Fernando Braudel que escreve: “O Capitalismo só tem êxito quando começa a ser identificado com o Estado, quando é ele o próprio Estado”. Assim também, com Jean-Jacques Rousseau - “a sociedade de mercado consome a substância do Estado” -, sociedade essa como do modo capitalista de reprodução da riqueza social. Conforme pensa Marx, abre caminho à “emancipação social” do homem [...]“a necessidade de um mercado constantemente em expansão que impele a burguesia invadir todo o globo”.
Realidade efetiva e ativa da riqueza pós-moderna, o capitalismo, porém, desvela processo limitado e contraditório. Indispensável para a existência concreta da riqueza social no mundo de hoje, a mediação capitalista, contudo, corrói. Dilui-se. A ganância do lucro conduz fatalmente à crise. E cai numa contradição mais grave da história. Cria políticas e tecnologias responsáveis pelo genocídio da natureza e exclusão do homem do seu ecossistema natural e urbana.
Nesse fio, priorizar o Estado como programa de governo significa um mundo político e econômico possível. Um Brasil mais humano: projeto de emancipação humana a partir das condições materiais e espirituais do atual processo do Governo Lula.
Essa possibilidade de produção de um novo discurso pedagógico se concretizará quando o homem desfrutar do trabalho como desenvolvimento de “suas forças físicas e espirituais”, no controle do processo social em suas relações reais de existência.
Defendi essa realidade em minha tese de Doutoradoem Filosofia Política na UNICAMP/SP, clique aqui < biblioteca digital da unicamp.> Esse novo Estado e essa nova economia é possível quando surgirem relações práticas com a produção de bens coletivos, sejam materiais, sejam espirituais, de relações sociais entre os homens e não relações entre mercadorias, entre coisas, e em benefícios de todos.
Só então “dentro da comunidade terá cada indivíduo os meios de cultivar seus dotes e possibilidades em todos os sentidos” (MARX) É a nossa cidadania a ser realizada e regida pelo trabalho.
http://www.orecado.org/?p=274> indico aqui, alguns tópicos para um novo diálogo filosófico com os comentaristas desta página, a seguir.
I – Existem no interior do mundo moderno, dois projetos. O projeto de emancipação política mediada pela democracia, mas intrinsecamente limitado e parcial. De outro, o projeto de emancipação humano-social, regido pelo trabalho, que abre horizontes ilimitados.
II – Dois projetos humanos que expressam uma nova postura dos dias de hoje, relação entre o homem e as realidades existenciais; do ser histórico produzido pela sociedade. De tempos modernos da atividade humana; da consciência de sua capacidade de conhecer, preservar e transformar a natureza e a sociedade. De o homem mudar suas condições de vida e situar-se de modo diferente nas relações sociais.
III - Dentro do processo econômico e político da história humana, o capitalismo viu abertas diante de si, as portas para um desenvolvimento extraordinário das forças produtivas e para a configuração de uma ordem social à sua imagem e semelhança. Contudo, isto significou - como foi muito bem expresso pelo lema positivista “ordem e progresso” -, que o desenvolvimento da humanidade, daí para diante, se faria tendo por base a propriedade privada e, portanto, a continuidade da exploração do homem pelo homem.
IV – Enquanto isso, o pleno desenvolvimento do mundo moderno seria, todavia, a superação do mundo regido pelo capital e sua substituição por um mundo regido pelo trabalho, ou seja, pela associação de homens livres que trabalham para viver e não vivem para trabalhar. E com isso, o homem se realizará.
V – Isso está ainda para acontecer. O chamado primeiro mundo – hoje o G-8 – é conservador, reacionário. Representa a decadência – lógica do projeto do capitalismo selvagem -, a ganância do lucro em detrimento da riqueza social. Nesse sistema, ainda não se constituiu uma forma de sociabilidade, onde o desenvolvimento das forças produtivas não atendeu as necessidades de todos, nem o trabalho chegou a ser um processo social para o uso comum dos bens.
VI – A emancipação humano-social será possível. Isso acontecerá com a destinação originária de todos os bens e produtos do trabalho humano para a felicidade de todos. Será o tempo em que os homens construirão uma forma de sociabilidade, capaz de superar o capital, a propriedade não-social e o Estado.
E o homem conquistará a sua Humanidade.
Durante essa semana passada, acompanhei os pronunciamentos da Ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Entre tantos outros, destaquei a defesa da presença forte do Estado na economia. Com entusiasmo, observei sua habilidade na construção de um novo diálogo do poder político com o sistema do capital. Com ela, senti a possibilidade de uma presença maior do Estado em sua relação com o mercado. Em seu projeto de governo, o Brasil encontrará um novo caminho na distribuição de sua riqueza social, a emancipação política e econômica de nossa Pátria.
E Dilma falou confiante: “Mas definitivamente não estamos na fase neoliberal, aquela em que todo mundo achava que o Estado dava conta de tudo. Achamos que o Estado tem de ter uma presença clara na economia [...] Como é que a gente vai fazer moradia para todos os brasileiros que ganham até três, quatro salários mínimos, sem subsídio”?
Firme e sem medo, a ministra sinalizou a priorização do Estado e a união entre si, nestes termos: "o setor privado não pode abrir mão do Estado[...] É a combinação que faz o Brasil sair da situação que estava em 2003 para sermos cotados hoje para ser a quinta potência."
Nessa linha, as sábias e coerentes palavras da Dilma reportam o filósofo
Fernando Braudel que escreve: “O Capitalismo só tem êxito quando começa a ser identificado com o Estado, quando é ele o próprio Estado”. Assim também, com Jean-Jacques Rousseau - “a sociedade de mercado consome a substância do Estado” -, sociedade essa como do modo capitalista de reprodução da riqueza social. Conforme pensa Marx, abre caminho à “emancipação social” do homem [...]“a necessidade de um mercado constantemente em expansão que impele a burguesia invadir todo o globo”.
Realidade efetiva e ativa da riqueza pós-moderna, o capitalismo, porém, desvela processo limitado e contraditório. Indispensável para a existência concreta da riqueza social no mundo de hoje, a mediação capitalista, contudo, corrói. Dilui-se. A ganância do lucro conduz fatalmente à crise. E cai numa contradição mais grave da história. Cria políticas e tecnologias responsáveis pelo genocídio da natureza e exclusão do homem do seu ecossistema natural e urbana.
Nesse fio, priorizar o Estado como programa de governo significa um mundo político e econômico possível. Um Brasil mais humano: projeto de emancipação humana a partir das condições materiais e espirituais do atual processo do Governo Lula.
Essa possibilidade de produção de um novo discurso pedagógico se concretizará quando o homem desfrutar do trabalho como desenvolvimento de “suas forças físicas e espirituais”, no controle do processo social em suas relações reais de existência.
Defendi essa realidade em minha tese de Doutorado
Só então “dentro da comunidade terá cada indivíduo os meios de cultivar seus dotes e possibilidades em todos os sentidos” (MARX) É a nossa cidadania a ser realizada e regida pelo trabalho.
http://www.orecado.org/?p=274> indico aqui, alguns tópicos para um novo diálogo filosófico com os comentaristas desta página, a seguir.
I – Existem no interior do mundo moderno, dois projetos. O projeto de emancipação política mediada pela democracia, mas intrinsecamente limitado e parcial. De outro, o projeto de emancipação humano-social, regido pelo trabalho, que abre horizontes ilimitados.
II – Dois projetos humanos que expressam uma nova postura dos dias de hoje, relação entre o homem e as realidades existenciais; do ser histórico produzido pela sociedade. De tempos modernos da atividade humana; da consciência de sua capacidade de conhecer, preservar e transformar a natureza e a sociedade. De o homem mudar suas condições de vida e situar-se de modo diferente nas relações sociais.
III - Dentro do processo econômico e político da história humana, o capitalismo viu abertas diante de si, as portas para um desenvolvimento extraordinário das forças produtivas e para a configuração de uma ordem social à sua imagem e semelhança. Contudo, isto significou - como foi muito bem expresso pelo lema positivista “ordem e progresso” -, que o desenvolvimento da humanidade, daí para diante, se faria tendo por base a propriedade privada e, portanto, a continuidade da exploração do homem pelo homem.
IV – Enquanto isso, o pleno desenvolvimento do mundo moderno seria, todavia, a superação do mundo regido pelo capital e sua substituição por um mundo regido pelo trabalho, ou seja, pela associação de homens livres que trabalham para viver e não vivem para trabalhar. E com isso, o homem se realizará.
V – Isso está ainda para acontecer. O chamado primeiro mundo – hoje o G-8 – é conservador, reacionário. Representa a decadência – lógica do projeto do capitalismo selvagem -, a ganância do lucro em detrimento da riqueza social. Nesse sistema, ainda não se constituiu uma forma de sociabilidade, onde o desenvolvimento das forças produtivas não atendeu as necessidades de todos, nem o trabalho chegou a ser um processo social para o uso comum dos bens.
VI – A emancipação humano-social será possível. Isso acontecerá com a destinação originária de todos os bens e produtos do trabalho humano para a felicidade de todos. Será o tempo em que os homens construirão uma forma de sociabilidade, capaz de superar o capital, a propriedade não-social e o Estado.
E o homem conquistará a sua Humanidade.
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