Estou saindo aqui do Fundão e daqui a pouco posto como foram as intervenções, a minha e a do presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra. Mas antes gostaria de comentar que fiquei muito triste hoje lendo, num impresso que me foi entregue, que a senadora Marina Silva, hoje, em Washington, condenou a posição brasileira de negociar uma solução diplomática, sem sanções internacionais, ao Irã, pelo fato de ele não se submeter às exigências americanas de paralisar o seu desenvolvimento de tecnologia nuclear. Porque a senadora sabe perfeitamente que não são os questionamentos sobre a democracia iraniana que levam os EUA a esta posição, tanto que eles não propõem sanção alguma a países com regimes autoritários – e há dúzias no mundo. Aliás, como é que podemos condenar um país por desenvolver tecnologia nuclear declaradamente para fins pacificos – o Irã assina o tratado de não-proliferação de armas nucleares e tem um drecreto religioso, lei suprema do país, proibindo sua construção – e não condena outros como Israel, Índia e Paquistão, que não assinam o tratado e que já tem bombas atômicas? Serem aliados dos EUA lhes dá o direito de fazer e ao Irã, não?
Mas sobre isso, nem uma palavra. E nenhuma palavra sobre o fato de serem os americanos, com seu poder econômico, suas empresas, sua civilização do consumo e do automóvel, os grandes devastadores do meio-ambiente.
Só teve palavras para condenar Cuba. Falar do governo cubano sem falar no embargo comercial dos Estados Unidos que sufoca a ilha há quase 40 anos é falar metade da verdade.
E estas declarações foram feitas lá na “matriz”. Conviria fazê-las aqui dentro, se o objetivo é agradar as pessoas que, até ontem, achavam que ela tinha posições de esquerda.
Mas acho que ela está ensaiando o dueto com Serra que vai fazer aqui no Rio, pelo menos. Tomara que Marina se lembre de quem lhe deu a mão e a apoiou para que ela fosse a personalidade que é hoje.
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