De maneira atropelada???
Há 30 anos que se discute a construção de Belo Monte,
em que planeta Serra estava todo esse tempo???
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Serra, o privatista do apagão
José Serra lamentou hoje, no SBT, que a usina de Belo Monte vá ser construída pelo Governo. E disse que “”é uma coisa muito cara para você fazer de maneira atropelada”. Aí está porque Dilma Rousseff, que tem todas as condições de fazer esta análise, por ter passado três anos como ministra das Minas e Energia, disse que o tucano não fez, no ministério de Fernando Henrique Cardoso, senão “planejar” o apagão que o Brasil viveu no início da década.
O ex-governador de São Paulo poderia ter até criticado ou lamentado que fossemos obrigados a interferir numa área amazônica, ou mudar a vida de moradores ribeirinhos. Mas dizer que é atropelado um projeto que tem mais de 20 anos de idas e vindas? O Governo do qual fez parte decidiu pela construção da usina na sua configuração atual – portanto já lhe falta autoridade moral para criticar sua construção – em outubro de 1999 e aprovou um plano que previa a entrada em operação da primeira turbina exatamente no dia 31 de março de 2008. Está lá, em documentos oficiais, que você pode ler aqui.
E porque não fez, logo ele, que pode mais?
Pela simples razão que o projeto não é exequível com a idéia de “mercado” que tem o sr. José Serra. A iniciativa privada não vai investir uma montanha de capital para contruir a terceira maior usina hidroelétrica do mundo e cobrar uma tarifa módica pela energia gerada. Aliás, esta foi a principal crítica da mídia ao preço fixado como base para o leilão de Belo Monte: mesmo com o financiamento de grande parte da obra pelo BNDES, o preço de R$ 83 por megawatt-hora não era considerado “atraente” pelos grupos privados. Quem duvidar, leia a insuspeita matéria publicada hoje no insuspeito O Globo.
O Governo tinha, então, dois caminhos: ou aumentava o preço da energia ou assumia o projeto, majoritariamente. Escolheu o segundo, ficando com 49% do capital do consórcio e mais 30% que serão assumidos pela Eletronorte. Ou seja, a usina só vai sair porque o Estado vai assumir a tarfe de fazê-la.
Belo Monte pode ser discutida sob muitas óticas. Há muitas e respeitáveis preocupações ambientais e sociais envolvidas nele. Mas não é essa a razão da crítica de Serra.
A crítica é por ser estatal. O homem que, nas palavras do próprio FHC, foi o maior incentivador da privatização da Vale (veja aqui o vídeo onde ele diz isso), quer o Estado fora da economia. Mesmo que isso signifique o Brasil não ter energia para crescer e acabar às escuras.
Mas isso, graças a Deus, Serra não pode mais.
Mas isso, graças a Deus, Serra não pode mais.
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Jornal argentino questiona
posição de Serra sobre Mercosul
Ao qualificar o Mercosul como uma farsa, Serra parece desconhecer, diz o Clarín, que o grosso das exportações industriais do país tem como destinatários países da América Latina. “Segundo estatísticas oficiais, 90% das vendas de produtos manufaturados de Brasil no mundo ocorrem no Mercosul e em mercados latinoamericanos”, lembra o jornal. As declarações do ex-governador de São Paulo surpreenderam negativamente várias lideranças latinoamericanas pelo desprezo revelado em relação aos demais países da região.
Marco Aurélio Weissheimer
O jornal argentino Clarín questionou as declarações de José Serra, pré-candidato tucano à presidência da República, que classificou o Mercosul como uma “farsa” e “um obstáculo para que o Brasil faça seus próprios acordos individuais em comércio”. As declarações foram feitas durante encontro de Serra com empresários na Federação de Indústrias de Minas Gerais (FIEMG). Serra disse ainda que “não tem sentido carregar o Mercosul” e que “a união aduaneira é uma farsa exceto quando serve para impor barreiras” ao Brasil.
As declarações do ex-governador de São Paulo surpreenderam negativamente várias lideranças latinoamericanas pelo desprezo que revelaram em relação ao processo de integração na América Latina. A sinalização de Serra foi clara: caso seja eleito, é o fim da integração.
As declarações do tucano, assinalou o Clarín, retomam teses já defendidas por ele quando foi derrotado por Lula em 2002. Essa visão, diz o jornal argentino, “supõe que o Brasil deva se afastar de Argentina, Paraguai e Uruguai, porque é a única maneira para seu país formar áreas de livre comércio com Estados Unidos e Europa, sem necessidade de “rastejar” diante de seus sócios”. Uma resolução do Mercosul, lembrou o jornal, estabelece que nenhum dos países do bloco pode realizar acordos comerciais separadamente sem discutir com os demais.
O Clarín também ironizou algumas afirmações do tucano. Serra disse que, sob um eventual governo seu, o mais importante será aumentar as exportações. “O certo”, diz o jornal”, “é que essa foi uma conquista obtida por Lula: desde que iniciou seu governo, no dia 1° de janeiro de 2003, o presidente conseguiu passar de 50 bilhões de vendas ao exterior para 250 bilhões. Ou seja, quintuplicou a presença brasileira nos mercados mundiais”.
Ao qualificar o Mercosul como uma farsa, Serra parece desconhecer, diz ainda o jornal, que o grosso das exportações industriais do país tem como destinatários países da América Latina. “Segundo estatísticas oficiais, 90% das vendas de produtos manufaturados de Brasil no mundo ocorrem no Mercosul e em mercados latinoamericanos”, diz ainda a publicação Argentina, que conclui:
“O candidato socialdemocrata evitou dizer como pretende reformular a posição do Brasil. Mas ignora que não é simples passar, como pretende, de um mercado comum definido por uma unia aduaneira a uma simples zona de livre comércio como a que existe no NAFTA. Ele pode desde já conquistar o desprestígio regional, além de submeter-se a severas punições por conta da ruptura de contratos internacionais”.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16544
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Jornal argentino questiona
posição de Serra sobre Mercosul
Ao qualificar o Mercosul como uma farsa, Serra parece desconhecer, diz o Clarín, que o grosso das exportações industriais do país tem como destinatários países da América Latina. “Segundo estatísticas oficiais, 90% das vendas de produtos manufaturados de Brasil no mundo ocorrem no Mercosul e em mercados latinoamericanos”, lembra o jornal. As declarações do ex-governador de São Paulo surpreenderam negativamente várias lideranças latinoamericanas pelo desprezo revelado em relação aos demais países da região.
Marco Aurélio Weissheimer
O jornal argentino Clarín questionou as declarações de José Serra, pré-candidato tucano à presidência da República, que classificou o Mercosul como uma “farsa” e “um obstáculo para que o Brasil faça seus próprios acordos individuais em comércio”. As declarações foram feitas durante encontro de Serra com empresários na Federação de Indústrias de Minas Gerais (FIEMG). Serra disse ainda que “não tem sentido carregar o Mercosul” e que “a união aduaneira é uma farsa exceto quando serve para impor barreiras” ao Brasil.
As declarações do ex-governador de São Paulo surpreenderam negativamente várias lideranças latinoamericanas pelo desprezo que revelaram em relação ao processo de integração na América Latina. A sinalização de Serra foi clara: caso seja eleito, é o fim da integração.
As declarações do tucano, assinalou o Clarín, retomam teses já defendidas por ele quando foi derrotado por Lula em 2002. Essa visão, diz o jornal argentino, “supõe que o Brasil deva se afastar de Argentina, Paraguai e Uruguai, porque é a única maneira para seu país formar áreas de livre comércio com Estados Unidos e Europa, sem necessidade de “rastejar” diante de seus sócios”. Uma resolução do Mercosul, lembrou o jornal, estabelece que nenhum dos países do bloco pode realizar acordos comerciais separadamente sem discutir com os demais.
O Clarín também ironizou algumas afirmações do tucano. Serra disse que, sob um eventual governo seu, o mais importante será aumentar as exportações. “O certo”, diz o jornal”, “é que essa foi uma conquista obtida por Lula: desde que iniciou seu governo, no dia 1° de janeiro de 2003, o presidente conseguiu passar de 50 bilhões de vendas ao exterior para 250 bilhões. Ou seja, quintuplicou a presença brasileira nos mercados mundiais”.
Ao qualificar o Mercosul como uma farsa, Serra parece desconhecer, diz ainda o jornal, que o grosso das exportações industriais do país tem como destinatários países da América Latina. “Segundo estatísticas oficiais, 90% das vendas de produtos manufaturados de Brasil no mundo ocorrem no Mercosul e em mercados latinoamericanos”, diz ainda a publicação Argentina, que conclui:
“O candidato socialdemocrata evitou dizer como pretende reformular a posição do Brasil. Mas ignora que não é simples passar, como pretende, de um mercado comum definido por uma unia aduaneira a uma simples zona de livre comércio como a que existe no NAFTA. Ele pode desde já conquistar o desprestígio regional, além de submeter-se a severas punições por conta da ruptura de contratos internacionais”.
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