quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sobre Flores para um Democrata

O articulista Fábio Campos, do jornal O Povo, escreveu texto, em sua Coluna Política, intitulado FLORES PARA UM DEMOCRATA, análise sobre o primeiro gesto político da mineira Dilma Rousseff, na campanha eleitoral, de depositar flores no túmulo de Tancredo Neves.
Posso até concordar ipis litteris com tudo o que o jornalista escreveu, à exceção de uma palavra na última frase, a qual se refere a Dilma Rousseff (a frase é a expressão da verdade, concordo com ela, mas em relação a Dilma a palavra é, digamos, injusta, inapropriada, no mínimo inconveniente). Diz o amigo: “A democracia é o sistema político que permite que até os que pegaram em armas para implantar uma ditadura cheguem ao poder através do voto”. A palavra mal colocada é implantar; o correto, a meu ver, caro Fábio, no caso específico da ex-ministra da Casa Civil e pré-candidata à presidência da República, é que pegou em armas sim, mas não foi para implantar uma ditadura, e sim derrubar (essa é a palavra correta), para ser específico, uma junta militar instalada por uma ditadura civil militar, este, sim, um estado militar ilegal e terrorista.
É muito importante frisar essa diferença. É fundamental esclarecer a ministra Dilma quando jovem lutava pelo retorno de uma democracia de fato e de direito, pois o homem que a ditadura derrubou estava na Presidência da República de forma legalmente, respaldada, porque eleito pelo voto direto do povo e já eleito duas vezes, meu caro Fábio, pois naquela democracia plena se votava até para a vice-presidência, e João Goulart, antes, já tinha sido eleito vice-presidente de JK e estava legitimado para exercer a presidência da República mais que o próprio presidente Jânio Quadros, pois tivera mais votos que ele, sabias? Essa verdade o sistema não deixa a história saber.
O que estava em vigor no Brasil era uma democracia efervescente, pulsante, reformista, verdadeira, isso sim. E não a mentira programada pela CIA em Wasgtinton da preparação para transformar o Brasil em uma república comunista satélite da cortina de Ferro, ou, melhor digo, da cortina de Bambu (lembra? Jango estava na China) onde os
vermelhos e (ou) amarelos comiam no espeto criancinhas fritas no café da manhã e só iam dormir depois de tomar uma sopa de velhinhos, e vai por aí... Isso quem dizia eram os vendilhões da pátria, os mesmos que fizeram o Plano Cohen e a ditabranda, como diz o pig do millenium, que espero sinceramente não consigam cooptar o grande jornalista para suas fileiras Não vamos deixar que eles enganem, o povo brasileiro, pela terceira vez, meu bom Fábio, maculando, rasgando das páginas de história a luta do movimento legalista pelo restauro da democracia de pleno direito. A Dilma pegou em armas, outros correram. Cada um com sua história.

Luiz Edgard Cartaxo de Arruda Junior

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