quinta-feira, 17 de março de 2011

Da série “Nenhum jornalismo é necessário”

(mas o ‘jornalismo' no Brasil, além de desnecessário, é muuuuuuuuuuuuuuuuito ruim) Obama na Cinelândia?! Como assim?! Obama who?! Informação útil é informação que vem do mundo próximo (como esse postado), mesmo que seja uma espiadela em mundo muito, muito distante (como esse postado espiando o pintor que espia a pintura, espiado pelos personagens da pintura que o pintor não vê, por mais que se aplique – lição de anatomia da lição de anatomia da lição de anatomia, verdadeiro tratado da anatomia da luta, sempre perdida, do desejo de ver o mundo). O fato não existe. O fato ri do jornalismo.

IMAGEM: Norman Rockwell, 1955 (em http://www.letteri.blogger.com.br/?index.html)

Informação ‘da Reuters’, ‘da BBC’, ‘do nosso correspondente no ex-jardim do ex-reator ex-atômico e já explodido’ ou na ex-cidade que o tsunami varreu do mundo, ou “imagens colhidas pelas câmaras de segurança no assalto e/ou opinião-de-Danuza sobre fissão nuclear e visita de Obama não vale um réis de mel coado. O fato não existe.

Reproduzir imagens de câmeras de segurança, como fazem TODOS OS 'NOTICIÁRIOS' DA TELEVISÃO BRASILEIRA, sem faltar um, como se nisso houvesse algum jornalismo, é como por no ar, em horário nobre, o bilhete-de-despedida, bilhete-de-suicida, do jornalismo brasileiro.

Obama já era. Chega, no Brasil mais extemporâneo que Sinatra, MUITO mais sem sentido que Michael Jackson.

NADA pode ser mais ridículo no planeta, hoje, que Obama, frente ao Municipal do Rio de Janeiro, falando ao povo na Cinelândia. Que povo? Que Obama?

Melhor faria aquele hilário Departamento de Estado – e o governo brasileiro – se pussessem Obama lá dentro, de vez, logo, no palco do Teatro Municipal, fantasiado de personagem bufo de alguma ópera extemporânea, casamento de “Ases Indomáveis” e... West Side Story? De Madame Butterfly... e Inside Job?! Pluft, o Fantasminha... e matança de civis no Afeganistão?!

Há alguns meses, passeei, uma tarde, pela Cinelândia, saída, eu, do Museu Nacional, dia de férias no Rio de Janeiro. Tomei um chopp em homenagem ao meu falecido pai no (hoje) “Vermelhinho”, sucedâneo do nunca assaz elogiado “Amarelinho”, que meu pai nunca esqueceu, nem depois de 60 anos de ele não por os pés na Cinelândia. Da mesa, avistei, num canto do Largo da Cinelândia, uma bandeira do Hamás.

Era uma barraca, dessas de feira, onde se vendiam camisetas, bottons, bandeiras e adesivos, fazendo dinheiro para mandar para a Palestina Ocupada.

Conversei um pouco com os rapazes ali (gente de pouca conversa, uns homens bonitos, isso sim), comprei camisetas “Pela Palestina Livre”, “Palestina para os palestinos” e – camiseta imortal e imatável – “Yankees go home!”, uns adesivos do Hamás e do Hezbollah e segui adiante, confiante que, sim, a Cinelândia ainda é praça interessantíssima.

Agora... ISSO! E de quem, diabos, foi a tresloucada ideia de por Obama a falar ao povo na Cinelândia?! Quem sugeriu?! Quem concordou?! Quem mandô? Quem se ajoelhô, pôs-se de quatro, levantô o rabo?!

Aliás... Que Obama?! Por que não um príncipe coroado-lá daqueles?! Ou um sultão daqueles?! Por que não a Hilária?! Por que não na Cracolândia?! Por que não penduram uma placa “Pentágono”, logo, de vez, no pescoço do Cristo Redentor?!

Sinceramente, queria saber o seguinte, a sério: POR QUE, DIABOS, TIRAR OBAMA DE BRASÍLIA e metê-lo na Cinelândia, no Rio de Janeiro? Alguém pode me explicar isso? Que total loucura é essa, agora, de por esse Obama-nada, a discursar na frente do Teatro Municipal, na Cinelândia, no Rio de Janeiro?! Enlouqueceram todos?

Que Obama? Quer o que, aqui, o dito Obama? Por que não vai discursar em Gaza? Por que não se mete a fazer frases, por exemplo, no Bahrein? Por que não se mete a fazer discursos, por exemplo, lá mesmo, perto da casa dele, em Madison, Wisconsin?! Por que não se mete a discursar, o Obama, digamos, boa ideia, sim, sim... em Chicago?!

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Da Vila Vudu

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