25 gangues apavoram gays e negros nas ruas da cidadePolícia Civil de São Paulo identifica 200 integrantes de grupos extremistas
Skinheads entre 16 e 28 anos são investigados por "crimes de ódio" que deram origem a 130 inquéritos policiais
LAURA CAPRIGLIONE
DE SÃO PAULO
Eles são jovens, com idades entre 16 e 28 anos.
Têm ensino fundamental e médio. Pertencem, em sua maioria, às classes C e D.
Usam coturnos com biqueiras de aço ou tênis de cano alto, jeans e camisetas.
São brancos e pardos -negros, não. Cultuam Hitler, suásticas e o número 88.
A oitava letra do alfabeto é o H; HH dá "Heil, Hitler", a saudação dos nazistas.
Consomem baldes de álcool. As outras drogas têm apenas uso marginal.
Ostentam tatuagens enormes em que se leem "Ódio", "Hate", ou "Ame odiar".
A propósito, odeiam gays e negros. São de direita.
Gostam de bater, bater e bater. E de brigar.
O perfil dessa turma, auto-denominada skinheads por influência do movimento surgido na Inglaterra durante os anos 1960, quem traçou foi a Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), da Polícia Civil do Estado de São Paulo.
No total, a Decradi já identificou 200 membros de 25 gangues com nomes como Combate RAC (Rock Against Communism- rock contra o comunismo, em português) e Front 88 (sempre o 88).
São integrantes desses grupos que aparecem com mais frequência como agressores de negros, gays e em pancadarias entre torcidas organizadas, quando encarnam a faceta "hooligan".
Também a exemplo do que ocorre na Europa, skinheads são especialistas em quebra-quebra entre torcedores.
"FAIXA DE GAZA"
A delegada Margarette Correia Barreto, titular da Decradi, é quem lidera o esforço de identificação dessas gangues. Atualmente, na delegacia, há 130 inquéritos envolvendo os "crimes de ódio"- motivados por preconceito contra um grupo social.
"O alcance e a repercussão desses ataques, entretanto, é muito maior do que em um crime comum. Se um homossexual é atingido, todo o grupo sente-se atingido", exemplifica a delegada do Decradi. "É uma comoção."
Pelo levantamento da polícia, o foco dos "crimes de ódio" é a região da avenida Paulista e da rua Augusta, na região central da cidade. Segundo a delegada, ali é "a nossa faixa de Gaza".
O motivo é que a área tem a maior concentração de bares frequentados por gays e por skinheads -cada turma no seu reduto, mas todos muito perto uns dos outros. "Eles acabam se encontrando pela rua", diz a delegada.
Skinheads entre 16 e 28 anos são investigados por "crimes de ódio" que deram origem a 130 inquéritos policiais
LAURA CAPRIGLIONE
DE SÃO PAULO
Eles são jovens, com idades entre 16 e 28 anos.
Têm ensino fundamental e médio. Pertencem, em sua maioria, às classes C e D.
Usam coturnos com biqueiras de aço ou tênis de cano alto, jeans e camisetas.
São brancos e pardos -negros, não. Cultuam Hitler, suásticas e o número 88.
A oitava letra do alfabeto é o H; HH dá "Heil, Hitler", a saudação dos nazistas.
Consomem baldes de álcool. As outras drogas têm apenas uso marginal.
Ostentam tatuagens enormes em que se leem "Ódio", "Hate", ou "Ame odiar".
A propósito, odeiam gays e negros. São de direita.
Gostam de bater, bater e bater. E de brigar.
O perfil dessa turma, auto-denominada skinheads por influência do movimento surgido na Inglaterra durante os anos 1960, quem traçou foi a Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), da Polícia Civil do Estado de São Paulo.
No total, a Decradi já identificou 200 membros de 25 gangues com nomes como Combate RAC (Rock Against Communism- rock contra o comunismo, em português) e Front 88 (sempre o 88).
São integrantes desses grupos que aparecem com mais frequência como agressores de negros, gays e em pancadarias entre torcidas organizadas, quando encarnam a faceta "hooligan".
Também a exemplo do que ocorre na Europa, skinheads são especialistas em quebra-quebra entre torcedores.
"FAIXA DE GAZA"
A delegada Margarette Correia Barreto, titular da Decradi, é quem lidera o esforço de identificação dessas gangues. Atualmente, na delegacia, há 130 inquéritos envolvendo os "crimes de ódio"- motivados por preconceito contra um grupo social.
"O alcance e a repercussão desses ataques, entretanto, é muito maior do que em um crime comum. Se um homossexual é atingido, todo o grupo sente-se atingido", exemplifica a delegada do Decradi. "É uma comoção."
Pelo levantamento da polícia, o foco dos "crimes de ódio" é a região da avenida Paulista e da rua Augusta, na região central da cidade. Segundo a delegada, ali é "a nossa faixa de Gaza".
O motivo é que a área tem a maior concentração de bares frequentados por gays e por skinheads -cada turma no seu reduto, mas todos muito perto uns dos outros. "Eles acabam se encontrando pela rua", diz a delegada.
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