Jornalista acusa tucanos de receber propina
Falha de S. Paulo
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Livro aponta transações financeiras em paraísos fiscais sem exibir provas de ligação com privatizações no governo FHC
Acusado de montar central de espionagem com o PT, autor diz que não fez nada ilegal para obter informações
DE SÃO PAULO
Um livro que chegou à praça no fim de semana acusa o ex-governador José
Serra de receber propinas de empresários que participaram das
privatizações conduzidas pelo governo Fernando Henrique Cardoso
(1995-2002).
Publicado pela Geração Editorial, "A Privataria Tucana" foi escrito pelo
jornalista Amaury Ribeiro Jr., que no ano passado foi acusado de
participar da montagem de uma central de espionagem no comitê da
campanha da presidente Dilma Rousseff.
O livro sustenta que amigos e parentes de Serra mantiveram empresas em
paraísos fiscais e as usaram para movimentar milhões de dólares entre
1993 e 2003, mas não oferece nenhuma prova de que esse dinheiro tenha
relação com as privatizações.
Algumas informações do livro circularam na campanha eleitoral do ano
passado e boa parte do material foi publicada antes por jornais e
revistas, entre eles a Folha.
O livro mostra que uma empresa controlada pelo empresário Carlos
Jereissati nas Ilhas Cayman repassou US$ 410 mil para Ricardo Sérgio de
Oliveira, ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil e amigo de
Serra.
Segundo os documentos apresentados pelo livro, a transferência foi feita
dois anos depois do leilão em que um grupo controlado por Jereissati
arrematou o controle da antiga Telemar. Mas o livro não exibe prova de
que a transação tenha algo a ver com Serra e a privatização.
Outro alvo do livro é a filha de Serra, Verônica Serra, que foi sócia da
empresária Verônica Dantas numa firma de prestação de serviços
financeiros na internet, a Decidir.
Verônica Dantas é irmã do banqueiro Daniel Dantas, que controlou a
antiga Brasil Telecom até o início de 2005. A Telemar e a Brasil Telecom
atualmente são parte da Oi.
O jornalista também diz que Gregório Preciado, casado com uma prima de
Serra, teve ajuda de Ricardo Sérgio na privatização do setor elétrico e
depois movimentou dinheiro em paraísos fiscais.
No governo FHC, Ricardo Sérgio, como diretor do Banco do Brasil, exercia
influência sobre a Previ, o fundo de pensão dos empregados do BB, que
se associou aos vários grupos que participaram das privatizações da
época.
Ribeiro Jr. foi acusado pela Polícia Federal de ter violado o sigilo
fiscal de dirigentes tucanos e dos familiares de Serra durante suas
investigações, pagando despachantes para obter ilegalmente informações
sobre eles.
O jornalista diz que não fez nada ilegal. Ele iniciou suas investigações
quando trabalhava para o jornal "Estado de Minas" e o então governador
do Estado, Aécio Neves, disputava com Serra a indicação do PSDB para
disputar a eleição presidencial.
Sua atuação só foi exposta mais tarde, quando Aécio já estava fora da
disputa e Ribeiro Jr. foi chamado pelo jornalista Luiz Lanzetta para
colaborar com a campanha de Dilma, um projeto que foi abortado pela
cúpula do PT antes de ganhar corpo.
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Do Blog O Esquerdopata.
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