Demóstenes poderia substituir Arruda em 2014 na versão "vote em um careca e ganhe dois", lançada por José Serra em 2010. |
Poucas semanas depois, veio o mensalão do DEM, e o resto dessa história vocês conhecem.
Serra fez seu discurso da derrota em 2010 com uma ameaçante "até breve", já se lançando candidato a presidente de novo em 2014. E dentro da aliança demotucana, serristas cogitavam o nome de Demóstenes Torres para ser "o careca substituto" de Arruda.
Uma chapa tendo Serra na cabeça e Demóstenes como vice, era a chapa dos sonhos de muitos demotucanos. A versão 2014 repaginada do "vote em um careca e ganhe dois".
Demóstenes não teria nada a perder. Seu mandato de senador reeleito em 2010 iria até 2018.
Agora o senador do DEM é abatido na Operação Monte Carlo da Polícia Federal, da mesma forma que Arruda foi com a Operação Caixa de Pandora.
É a segunda vez que o envolvimento com a corrupção abate uma chapa de José Serra.
Genérico de Cachoeira contamina José Serra
Serristas passaram a querer distância de Demóstenes, com medo da Operação Monte Carlo contaminar José Serra, através do laboratório Vitapan de medicamentos genéricos, que foi (ou é, segundo a PF) do bicheiro Carlinhos Cachoeira.
O jornalista Marco Aurélio de Mello, do blog do Lado de Lá, narrou um telefonema recebido do próprio Carlinhos Cachoeira, em 2004, quando trabalhava na TV Globo de São Paulo, e fazia uma reportagem sobre o caso Waldomiro Diniz.
No relato, Cachoeira tentou desviar a pauta para uma reportagem favorável a ele, se oferecendo como fonte "em off" para denunciar um suposto esquema de caixa-2 tucano através de medicamentos genéricos. Cachoeira disse que a jogatina havia migrado para o ramo de medicamentos genéricos, mais "limpo" e atrativo.
Não é preciso explicar a ninguém que um escândalo envolvendo genéricos e tucanos explodiria no colo de José Serra.
Mello contou que procurou seu chefe na Globo para seguir a pauta, e teve como resposta a censura da emissora: "Denúncia contra o Serra a casa não vai dar". Não custa lembrar que 2004 era ano de eleições municipais e José Serra disputava a prefeitura paulistana.
É por isso (e pela estranha demora no empenho do Procurador-Geral da República) que só a CPI do Cachoeira pode levantar o tapete e mostrar a sujeira demotucana encardida por trás destes esquemas.
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