quarta-feira, 16 de maio de 2012

Comissão da Verdade não é movida por 'ódio' ou 'revanchismo', diz Dilma


Presidente se emociona ao instalar grupo para apurar crimes na ditadura. Segundo ela, não há 'desejo de reescrever a história de forma diferente'.
Priscilla Mendes e Nathalia Passarinho, G1
presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta (16), em solenidade no Palácio do Planalto, que a instalação da Comissão da Verdade não é motivada por "ódio", "revanchismo" ou "desejo de reescrever a história".
Acompanhada dos ex-presidentes da República Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor e José Sarney, Dilma deu posse aos sete membros escolhidos por ela para compor a comissão, que irá apurar as violações aos direitos humanos cometidos entre 1946 e 1988, período que inclui a ditadura militar.
"Ao instalar a Comissão da Verdade, não nos move o revanchismo, o ódio ou o desejo de reescrever a história de uma forma diferente do que aconteceu", afirmou a presidente em discurso. "Nos move a necessidade imperiosa de conhecê-la [a verdade] em sua plenitude, sem ocultamento", declarou.
No discurso, a presidente se emocionou - e, em seguida, foi aplaudida de pé - ao se referir a vítimas de violência durante o regime militar. Militante política de esquerda, a presidente foi torturada no combate à ditadura.
"O Brasil merece a verdade, as novas gerações merecem a verdade e, sobretudo, merecem a verdade factual aqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia", afirmou, antes de, emocionada, interromper o discurso.
Em sua fala,  Dilma fez referência ao deputado Ulysses Guimarães (PMDB-SP), presidente da Câmara morto há 20 anos, segundo o qual "a verdade não morre por ter sido escondida".
Foto: Abr
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