“Cenas de realismo fantástico: (1)
Policarpo pergunta a Cachoeira, sócio da Delta, se foi José Dirceu quem colocou
a empreiteira em Brasília. (2) Cachoeira nega veemente. (3) Em seguida, Veja
publica que o ex-ministro da Casa Civil é o “segredo do sucesso” da construtora
Brasil 247
Acaba de ser garimpado mais um diálogo
surpreendente da Operação Monte Carlo, que revela a influência da quadrilha de
Carlos Cachoeira sobre a imprensa e também como funciona a cabeça de um
jornalista. Deve-se o furo ao repórter Vinícius Mansur, da Carta
Maior, cuja descoberta foi também repercutida pelo blogueiro Altamiro
Borges (leia mais aqui).
O diálogo se dá entre Carlos Cachoeira e
Claudio Abreu, diretor da Delta no Centro-Oeste. Na íntegra, a conversa
enfraquece – e muito – as teses de que a revista Veja agia apenas em defesa do
interesse público, como argumenta seu diretor Eurípedes Alcântara num código de
ética publicado na internet, e de que desconhecia estar sendo usada pelo
bicheiro Carlinhos Cachoeira.
O diálogo poderia até compor uma peça de
realismo fantástico. Policarpo Júnior, diretor da sucursal de Veja em Brasília,
procura Cachoeira, sócio oculto (para a torcida do Flamengo, mas, talvez, não
para Veja) da Delta, com uma tese: a de que a empreiteira havia entrado no
Distrito Federal, ainda no governo de José Roberto Arruda, ex-DEM, graças à influência
de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil. Policarpo desconfiava até de um
encontro em Itajubá, cidade onde nasceu Arruda e onde vive a mãe de José
Dirceu, no qual teriam sido entregues malas de dinheiro. Uma aliança, digamos,
capitalista entre DEM e PT.
Cachoeira – repita-se, sócio oculto da
Delta – a quem não foi feita nenhuma pergunta sobre a entrada da empreiteira em
Goiás, negou tudo veementemente. E mesmo tendo recebido uma negativa de sua
principal fonte, Veja seguiu adiante e publicou uma reportagem sobre o
crescimento alucinante da Delta, creditando à influência de José Dirceu o
“segredo do seu sucesso”.
Foto: Montagem/247
Matéria Completa, ::Aqui::
Um comentário:
O título ficou esquisito. Será que PHA age assim? Ou o Franklin Martins? Rodrigo Vianna?
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