A
assessoria de imprensa da Santa Sé acaba de anunciar que acionará a
Justiça para processar criminalmente, por furto, receptação e divulgação
de documentos reservados, o jornalista Gianluigi Nuzzi, autor do livro
intitulado “Sua Santidade”.
Nesse
livro, –que é um lançamento da editora Chiarelettere–, estão publicados
documentos classificados como sigilosos pela Santa Sé e, também, cartas
recebidas pelo papa Bento XVI e o seu jovem secretário particular e
grande tenista, monsenhor Georg Gaenswein.
Diante
de recentes fugas de notícias, — incluída a informação de um alto
prelado de que Ratzinger seria em breve assassinado–, o papa resolveu
constituir uma comissão de investigação e designou o cardeal Julian
Herranz para a sua presidência.
Essa
Comissão dirigida por Herranz, pelo que se verifica dos documentos e
cartas publicadas no livro de Gianluigi Nuzzi, está longe de descobrir o
“Deep Troat” do Vaticano, ou seja, o “Garganta Profunda” que, na década
de 1970, repassava inforções da Casa Branca, no caso Watergate. Também
não inibiu as fugas de noticiais que circulam, secretamente, pelos
gabinetes vaticanos.
Uma
das cartas do livro diz respeito ao chamado “escândalo Buffo”, diretor
da publicação denominada Avvenir, pertencente à Confederação dos Bispos
de Roma.
Dino
Boffo, jornalista e católico, era o diretor-responsável do diário
Avvenire. Uma carta, vazada do Vaticano e publicada no jornal do então
premier Berlusconi (à época sob ataque do Avvenire por suas orgias),
apontava Boffo como homossexual envolvido com um homem casado e com
protestos da esposa.
O
Il Giornale, –do irmão-laranja de Berlusconi–, quis mostrar, com a
publicação do “escândalo Boffo”, que a Igreja, pelo diretor do Avvenire,
também tinha “teto de vidro” com relação a escândalos sexuais.
Boffo
afirmou que se tratava de fato falso, demitiu-se da direção do
Avvenire. A Conferência dos Bispos, pelo cardeal Bagnasco, aceitou a
demissão com nota de confiar em Boffo e de sentir muito essa sua decisão
pessoal e irrevogável de deixar a direção do Avvenire.
O livro “Sua Santidade” já é um recordista de vendas e estão sendo preparadas edições em várias línguas.
A
Santa Sé e o papa Ratzinger imaginavam um período de tranquilidade na
mídia. Isso depois da exumação e remoção, da Basílica de Santo
Apolinário, do corpo de um dos “capi” da organização criminosa romana
denominada Banda da Magliana ( a imprensa brasileira, erradamente,
noticiou que se tratava de um mafioso).
O
papa Ratzinger e a Santa Sé não esperavam o livro de Gianluigi Nuzzi,
anunciado, com destaque especial, pelo jornal Corriere della Sera.
Assim, a Santa Sé se viu obrigada, pela assessoria de imprensa, a
contra-atacar e a falar de furtos de documentos, receptações e
quejandos.
Pano rápido. Que o Senhor se apiede de certas almas. E também das nossas, caro leitor.
–Wálter Fanganiello Maierovitch–
Do Portal do TERRA.COM.BR
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