Jobim nega pressão de Lula sobre STF para adiar julgamento do mensalão
Ex-presidente teria se encontrado com Gilmar Mendes no escritório do ex-ministro da Defesa, segundo 'Veja'
O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim negou hoje que o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) tenha pressionado o ministro Gilmar Mendes,
do Supremo Tribunal Federal (STF), a adiar o julgamento do mensalão,
usando como moeda de troca a CPI do Cachoeira.
Reportagem da revista Cachoeira News Veja publicada
neste sábado relata um encontro de Lula com Gilmar no escritório de
advocacia de Jobim, em Brasília, no qual o ex-presidente teria dito que o
julgamento em 2012 é "inconveniente" e oferecido ao ministro proteção
na CPI, de maioria governista. Gilmar tem relações estreitas com o
senador Demóstenes Torres (sem partido, GO), acusado de envolvimento com
a quadrilha do bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
"O quê? De forma nenhuma, não se falou nada disso", reagiu Jobim,
questionado pelo Estado. "O Lula fez uma visita para mim, o Gilmar
estava lá. Não houve conversa sobre o mensalão", reiterou.
...
Jobim disse, sem entrar em detalhes, que na conversa foram tratadas
apenas questões "genéricas", "institucionais". E que em nenhum momento
Gilmar e o ex-presidente estiveram sozinhos ou falaram na cozinha do
escritório, como relatou Veja. "Tomamos um café na minha sala. O tempo
todo foi dentro da minha sala, o Lula saiu antes, durante todo o tempo
nós ficamos juntos", assegurou.
Questionado se o ministro do STF mentiu sobre a conversa, Jobim
respondeu: "Não poderia emitir juízo sobre o que o Gilmar fez ou deixou
de fazer".
Procurado pelo Estado, Pertence negou ter sido acionado para que
intercedesse junto a Carmen Lúcia: "Não fui procurado e não creio que o
ex-presidente Lula pretendesse falar alguma coisa comigo a esse
respeito".
~ o ~
Nelson Jobim desmente canalhice de Veja e Gilmar Dantas Mendes
Fatos narrados pela Rádio do Moreno :
Conteúdo da conversa: ---- Não houve nada disso do que a Veja,
segundo me informaram, está publicando. Estou aqui em Itaipava e soube
desse conteúdo através de um repórter do Estadão, que me procurou há
pouco. Portanto, estou falando sem ter lido a revista. Mas, posso
assegurar que, se o conteúdo for mesmo esse, o de que Lula teria pedido a
Gilmar para votar no mensalão, não é verdade. Quem tocou no assunto
mensalão fui eu, no meio da conversa, fazendo a seguinte pergunta: " Vem
cá, essa coisa do mensalão vai ser votada quando?". No mais, a
conversa girou sobre assuntos diversos da atualidade."
Razão do encontro: ' ---- Desde que deixei o ministério, o presidente
Lula tem me prometido uma visita. Três dias antes, a assessora Clara
Ant me ligou dizendo que o presidente Lula iria a Brasília conversar com
a presidente Dilma numa quarta-feira e que retornaria no dia seguinte,
mas antes queria falar comigo. De pronto, respondi que o encontro
poderia ser na minha casa, no meu escritório ou em qualquer outro lugar
que o presidente quisesse. Lula optou pelo meu escritório, não só
porque tinha prometido conhecê-lo, mas, também, porque fica perto do
aeroporto. E assim ocorreu."
Presença do Gilmar --- O Gilmar e eu estamos envolvidos num projeto
sobre a Constituição de 88 e temos nos reunidos sistematicamente para
tratar do assunto. Por coincidência, o Gilmar estava no meu escritório,
quando o presidente Lula apareceu para a visita. Conversaram cerca de
uma hora, mas só amenidades. Em nenhum momento, Lula e Gilmar
conversaram na cozinha. Aliás, Lula não esteve na cozinha do escritório.
Repercussões do fato --- Agora, não posso controlar as versões,
especulações, que a mídia e as pessoas fazem desse encontro. Faz parte
do jogo. O que eu posso dizer é que não houve nada disso.
No final o Moreno tenta justificar o salário pago pelo O Globo, mas não convence nem o Policarpo Júnior.
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