Pelo jeito o deputado Carlos Alberto Leréia, amigo íntimo do mafioso
Carlinhos Cachoeira, conhece bastante as sujeiras no ninho tucano.
Algumas lideranças do PSDB até chegaram a defender o seu desligamento do
partido, mas logo recuaram. Segundo a Folha de hoje, o partido que se
dizia ético, a exemplo de Demóstenes Torres, “evita decidir o destino de
deputado ligado a Cachoeira”.
Votos de confiança
O ex-senador Papeléo Paes, indicado para dirigir o Conselho de Ética do
PSDB, já anunciou que “neste momento não vamos abrir nenhum processo
contra Leréia. É preciso cautela para dar amplo direito de defesa”.
Aécio Neves, o cambaleante presidenciável da sigla, prefere não se meter
em encrenca. “Essa comissão de ética vai ouvir o deputado Leréia”,
despistou.
O governador Geraldo Alckmin, simpatizante do Opus Dei, fugiu do tema
como o diabo da cruz. “É um debate exclusivamente do partido e deve ser
tratado pela direção do partido”. E José Serra, o eterno candidato que
rasga suas promessas, voltou a dar seu desastroso voto de confiança. “Li
que ele [Leréia] está disposto a ir depor na CPI. Acho que deve se dar
esse direito a ele”.
Relações explícitas com o mafioso
Sobre as ligações do deputado goiano com o mafioso, não há mais qualquer
dúvida. Ele mesmo se jacta de ser amigo de Carlinhos Cachoeira há 25
anos. Vários grampos telefônicos da Operação Monte Carlo da Polícia
Federal comprovam que as relações entre ambos eram realmente muito
íntimas. Coisa de compadres – ou, para ser mais direto, de mafiosos.
Num dos áudios, Leréia aparece em negociações com integrantes da
quadrilha cobrando uma propina de R$ 100 mil. Ele também usava um cartão
de crédito do mafioso. Na semana passada, em pleno rebuliço do
escândalo, o deputado até provocou. Ele fez um pronunciamento no
plenário da Câmara Federal parabenizando Cachoeira, que fazia
aniversário.
Deputado ameaça “soltar o verbo”
Apesar das inúmeras provas, o PSDB treme diante do parlamentar. Uma
notinha na mesma Folha, na semana passada, explícita as razões. “Leréia
tem dito internamente que, se o caso dele for conduzido para licença ou
expulsão, ele vai ‘soltar o verbo’ para que o governador de Goiás,
Marconi Perillo (PSDB) tenha o mesmo tratamento”.
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