A sessão de ontem da CPI do Cachoeira,
em que deveriam ser ouvidos os três acusados de pertencer à organização
criminosa comandada pelo bicheiro, ficou marcada pela ausência de
respostas. O único dos depoentes a se pronunciar, o ex-vereador Wladimir
Garcez, limitou-se a ler um texto em que enviou recados a integrantes
do governo e da oposição, complicou-se ao tentar explicar a compra da
casa do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), paga com cheques
assinados por um sobrinho de Cachoeira, e desqualificou as gravações
obtidas pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo.
Em depoimento lido à CPI do Cachoeira, o ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcez complicou o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), ao apresentar versão diferente da do tucano para a venda de uma casa em Goiânia. Preso na Operação Monte Carlo, da PF, Garcez disse que ele mesmo comprou a casa de Perillo, com cheques do diretor da Delta, Cláudio Abreu, e do sobrinho de Carlinhos Cachoeira, Leonardo Almeida Ramos. Em declarações anteriores, o tucano disse ter negociado a casa com o empresário Walter Paulo, dono da Faculdade Padrão, e que Garcez teria sido apenas intermediário. Garcez contou que Perillo lhe disse estar vendendo a mansão e aceitou receber R$ 1,4 milhão. Como não conseguiu vender o imóvel com lucro, começou a ser pressionado por Abreu para devolver o empréstimo. "Com medo de perder o emprego, resolvi procurar o professor Walter. Eu a vendi pelo mesmo valor e repassei ao Cláudio, quitando, assim, a dívida dos três cheques", disse
Efeito cascata. Ex-vereador contraria versão apresentada pelo governador de Goiás e afirma ter comprado a casa diretamente do tucano com empréstimo feito pelo ex-diretor da Delta Cláudio Abreu; PF diz que cheques foram emitidos pelo sobrinho do contraventor
Tucano no banco do réu
O governador de Goiás, Marconi
Perillo (PSDB), deve ser o primeiro governador convocado a depor na
Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as relações
bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Também deve ser
aprovada a quebra do sigilo das contas nacionais da construtora Delta.
A ida de Perillo à CPI se tornou
majoritária depois do depoimento pela manhã de Wladimir Garcez,
ex-lobista da Delta e ex-vereador pelo PSDB de Goiânia. Ao responder às
perguntas, ele deu uma versão diversa da do governador de Goiás para a
venda da sua casa. Garcez disse ter entregue três cheques a um assessor
do governador. A última versão do governador é a de que ele a vendeu ao
reitor de uma universidade goiana.
Os outros dois depoentes,
Idalberto Matias de Araújo, o Dadá, apontado pela Polícia Federal como
braço direito de Carlos Cachoeira, e Jairo Martins de Souza,
compareceram à comissão mas se recusaram a falar.
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