Saul Leblon, Carta Maior
“Em meio ao contravapor das pesquisas (o
Ibope desta 4ª feira amplia a vantagem de Haddad para 16 pontos, ou 20 pontos
no cômputo dos votos válidos), o tucano José Serra enfrenta um desgaste de
fundo.
Quanto mais se expõe, mais se configura uma trajetória em que as dissimulações caem, como cascas de uma cebola. Serra diz e se desdiz com desenvoltura vertiginosa. O acúmulo consolida a imagem de um político que sabota o próprio passado na busca desastrada pelo poder.
Resta saber se ainda há espaço para acionar o freio de arrumação numa candidatura que imbicou no plano inclinado e se ressente do essencial para mudar, a credibilidade. Parece difícil.
O tucano poderia ter feito uma correção de rumos no lançamento tardio de seu programa de governo esta semana. Mas o que se viu foi mais uma encenação filmada para o horário eleitoral, de pouca serventia para retificar a percepção crescente de um blefe, cuja única cartada agora é dobrar a aposta no vale tudo, enquanto torce por um tropeço de Haddad nos debates.
Essa é a grande dificuldade dos seus marqueteiros para reverter a humilhante derrota que se anuncia: hoje o tucano compõe aos olhos da população um personagem cada vez mais definido e desconectado de sua fala; as atitudes ecoam mais alto do que a voz e desautorizam as promessas.
O acúmulo tende a consolidar uma imagem que se move de forma autônoma.À revelia do arsenal publicitário calcifica-se o perfil de um político que sabota até o próprio passado na busca sôfrega --descontrolada agora, depois do Ibope-- pelo poder.
Mudar isso é como enxugar o chão com a torneira aberta.
Carrega-se na maquiagem aqui, arruma-se um beijo inverossímil ali. Lista-se um prohgrama mal-ajambrado de última hora desprovido de metas, cronogramas e estimativas de custo.Em seguida, a realidade irrompe como um vento inoportuno a sabotar o controle do incêndio.”
Quanto mais se expõe, mais se configura uma trajetória em que as dissimulações caem, como cascas de uma cebola. Serra diz e se desdiz com desenvoltura vertiginosa. O acúmulo consolida a imagem de um político que sabota o próprio passado na busca desastrada pelo poder.
Resta saber se ainda há espaço para acionar o freio de arrumação numa candidatura que imbicou no plano inclinado e se ressente do essencial para mudar, a credibilidade. Parece difícil.
O tucano poderia ter feito uma correção de rumos no lançamento tardio de seu programa de governo esta semana. Mas o que se viu foi mais uma encenação filmada para o horário eleitoral, de pouca serventia para retificar a percepção crescente de um blefe, cuja única cartada agora é dobrar a aposta no vale tudo, enquanto torce por um tropeço de Haddad nos debates.
Essa é a grande dificuldade dos seus marqueteiros para reverter a humilhante derrota que se anuncia: hoje o tucano compõe aos olhos da população um personagem cada vez mais definido e desconectado de sua fala; as atitudes ecoam mais alto do que a voz e desautorizam as promessas.
O acúmulo tende a consolidar uma imagem que se move de forma autônoma.À revelia do arsenal publicitário calcifica-se o perfil de um político que sabota até o próprio passado na busca sôfrega --descontrolada agora, depois do Ibope-- pelo poder.
Mudar isso é como enxugar o chão com a torneira aberta.
Carrega-se na maquiagem aqui, arruma-se um beijo inverossímil ali. Lista-se um prohgrama mal-ajambrado de última hora desprovido de metas, cronogramas e estimativas de custo.Em seguida, a realidade irrompe como um vento inoportuno a sabotar o controle do incêndio.”
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