Candidato nacionalista recebe assessoria de dois petistas durante a campanha; partidos são associados ao grupo do Fórum de São Paulo
Silvia Izquierdo/AP
Populista. Humala faz campanha em Arequipa: pesquisas apontam candidato em 1º lugar
Denise Madueño / BRASÍLIA e Renata Miranda ENVIADA ESPECIAL / LIMA – O Estado de S.Paulo
A campanha eleitoral de Ollanta Humala na disputa pela presidência do Peru conta com a assessoria dos petistas Luís Favre, ex-marido da senadora Marta Suplicy, e Valdemar Garreta, contratados para ajudar na imagem do candidato. A proximidade de Humala e o PT está também na participação do Fórum de São Paulo, que reúne partidos e organizações não governamentais de esquerda da América Latina.
Humala admitiu o trabalho com os brasileiros, mas rejeitou que a atuação de Favre e Garreta seja uma intromissão do governo da presidente brasileira, Dilma Rousseff.
“O fato de Humala ter assessores brasileiros é irrelevante porque outros candidatos também contam com ajuda de profissionais de outros países”, afirmou o analista político Eduardo Ballón, do Centro de Estudos e Promoção do Desenvolvimento (Desco). De acordo com ele, a campanha de Humala, que em 2006 era quase “artesanal”, profissionalizou-se com a atuação dos petistas. Um dos indicadores disso é o fato de Humala ter sido o candidato que mais gastou na campanha eleitoral – cerca de 8 milhões de soles (algo em torno de US$ 2,8 milhões).
“A proximidade com o Brasil só ajuda Humala porque aqui no Peru o modelo de democracia brasileiro e Lula são muito admirados”, disse Ballón.
Jacqueline Fowks, analista política peruana, concorda: “A aproximação com o Brasil não desperta o mesmo medo que a amizade com Chávez, que é visto aqui como um presidente que não respeita a democracia”.
PT e Partido Nacionalista Peruano (PNP) fazem parte do grupo de trabalho do Fórum que se reúne trimestralmente, e, em algumas vezes, contou com a presença do próprio Humala. Os encontros ampliados do Fórum se realizam anualmente.
O petista Valter Pomar, ex-secretário de relações internacional do PT, disse que os contatos entre os dois partidos são frequentes. “Nesses contatos, há uma troca de informações, de experiências e de análise política. Mas eu não saberia dizer o que, daquilo que dissemos nesses contatos, foi considerado pelos peruanos”, afirmou.
Como ponto de interesse dos dois partidos, Pomar foi genérico. Ele disse que nos encontros abordaram “temas vinculados à região Amazônica, o papel do Estado no desenvolvimento nacional, a relação entre soberania nacional e integração continental, a importância da democracia”.
Pomar afirmou que uma suposta influência do PT nos caminhos do PNP e de Humala é superestimada. “Nossa experiência não é conhecida lá”, afirmou. Nestes últimos dias de campanha, o candidato tem sofrido ataques dos adversários que procuram associar o desempenho de Humala à ingerência externa. Pomar considera que essa campanha contra o candidato do PNP parte da direita e da mídia peruana para desestabilizar Humala.
Postado por Luis FavreComentários Tags: eleições presidenciais, Internacional, Luis Favre, Ollanta Humala, Peru, PT, Valdemir Garreta, Valter Pomar
Do Blog do Favre.
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