sexta-feira, 8 de abril de 2011

China avança rumo ao status de superpotência

Silvia Salek Enviada especial da BBC Brasil à China

A presidente Dilma Rousseff chega nesta segunda-feira a Pequim para a reunião do Bric, grupo que reúne os emergentes Brasil, Rússia, China e Índia e que passa a incluir também a África do Sul.

Mas, apesar do potencial crescente da nova entidade, os anfitriões já são muito maiores do que qualquer outro "Bric", vêm aumentando sua influência ao redor do mundo em um ritmo mais rápido do que se previa e caminham para assumir um papel de superpotência global.

Os indicadores econômicos são impressionantes. A China é hoje o país do mundo que mais exporta (após ultrapassar a Alemanha) e é o segundo que mais importa (ainda atrás dos Estados Unidos). Tem o maior superávit comercial e de conta corrente do mundo e detém um terço das reservas globais em moeda estrangeira (US$ 2,85 trilhões até o fim de 2010).

Tornou-se o principal parceiro comercial não apenas do Brasil, em 2009, como também de uma série de países e tem investimentos crescentes em mais de 80 nações que chegaram a US$ 59 bilhões em 2010.

O poder econômico do “Império do Meio” se tornou incontestável nos últimos anos, e as projeções são quase unânimes em apontar uma mudança do eixo econômico mundial para a Ásia, resultado do chamado “efeito China”.

Com a mudança histórica, cresce a expectativa de que o país vá também exercer um papel de liderança além da esfera econômica. Em busca de sinais sobre que tipo de liderança será essa, as ações de Pequim são observadas com lupa, e uma nova postura chinesa, constantemente classificada de assertiva, tem preocupado alguns setores em diversos países.

Para o diretor do Centro de Pesquisas Econômicas da Universidade de Pequim, Yang Yao, a ascensão da China já foi bem vinda no Ocidente. Desde a crise financeira global, no entanto, o país passou a ser visto como uma nação em busca de dominação.

“A chamada assertividade da China é resultado do poder econômico e não de uma mudança estratégica que vá desafiar a ordem mundial”, disse ele à BBC Brasil.

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Do Blog O Esquerdopata.

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