quarta-feira, 6 de abril de 2011

Como respeitar a inteligência do leitor

Washington Araújo, Observatório da Imprensa

“Entre 7/4/2001 e 31/3/2011, o jornal espanhol El País publicou nada menos de 3.085 matérias em que o Brasil é protagonista ou em que é referido, seja por suas políticas públicas, seja por sua cultura, sua economia, seja por seus eventos e também por seus desafios. Publicou editoriais sobre os êxitos do país no campo da mobilidade social, festejou os triunfos de o país ser escolhido para sediar a Copa do Mundo de Futebol de 2014, além de não deixar ao sereno a escolha da cidade do Rio de Janeiro para receber os Jogos Olímpicos de 2016 – batendo não apenas Tóquio e Chicago, mas também Madri. E acompanhou com notável interesse a trajetória política de Luiz Inácio Lula da Silva, em especial nos meses que antecederam sua eleição de presidente do Brasil.

Relativamente novo – surgiu em 4 de maio de 1976, com 180 mil exemplares de tiragem –, El País pode festejar não sua longevidade, sua história em lustrosos números redondos (50, 60, 70, 100, 150 anos), mas, sim, seu apurado faro para a notícia, para dar furos, para levar a sério conceitos basilares do jornalismo, conceitos que em outras publicações – como, infelizmente, em grande parte dos jornais brasileiros – nada mais são que chavões, slogans publicitários, tema de campanha para angariar novos assinantes. Começou, portanto, a circular e a construir sua fama como celeiro de bons jornalistas ao mesmo tempo em que a Espanha fazia sua transição do regime ditatorial para o democrático.

Compromisso pétreo com o leitor

El País vê a si mesmo como "um jornal global, independente, de qualidade e defensor da democracia pluralista". O jornal espanhol se caracteriza pelo grande destaque a informações de âmbito internacional, de cultura e de economia e, obviamente, sobre a Espanha. E não apareceu na cena editorial para ser apenas mais um. Foi além, sendo o primeiro jornal a adotar um Manual de Redação (por eles chamado Libro de Estilo) e implantou o cargo de Defensor do Leitor – que aqui no Brasil achamos melhor cognominar com uma palavra mais simples e próxima da língua de Camões, ombudsman.”
Artigo Completo, ::Aqui::

Nenhum comentário: