domingo, 4 de abril de 2010

Classe C vai demandar 10 milhões de imóveis

Do Blog do Favre.

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Projeções da consultoria MB Associados mostram que nova classe média popular vai dominar o mercado imobiliário brasileiro até 2016

Fernando Dantas – O Estado de S.Paulo

A classe média popular vai dominar o mercado residencial brasileiro nos próximos anos, segundo recente estudo da MB Associados. De acordo com as projeções da MB, a classe C, com renda familiar de três a dez salários mínimos, terá uma demanda habitacional potencial por 10,4 milhões de imóveis até 2016.

A demanda potencial, segundo o trabalho, é medida pelo número de novas famílias que surgem em cada classe, incluindo-se aí pessoas que partem para morar sozinhas, como um filho que sai de casa ou um divorciado. A consultoria excluiu o déficit habitacional – condições precárias e coabitação, que atingem 7 milhões de famílias, 80% das quais nas classes D e E – do cálculo de demanda potencial.

As novas famílias vão buscar imóveis para morar, sejam novos, usados ou alugados. Sérgio Vale, economista da MB Associados, crê que grande parte da demanda potencial se direcione para a compra de imóveis novos, dada a rápida expansão do crédito imobiliário e o aquecimento desse mercado.

A demanda potencial da classe C é, inclusive, maior que a demanda potencial total de todas as classes, que é de 9,5 milhões até 2016. O fenômeno se explica pela migração prevista, para a classe C, de famílias das classes D e E, com a continuidade do processo de crescimento econômico e redução da pobreza.

Como as classes D e E vão diminuir, elas apresentarão uma demanda negativa de 2,4 milhões naquele período – isto é, essa será a redução do número de famílias nas duas classes mais pobres. Já o aumento do número de famílias das classe A e B (acima de dez mínimos) será de 1,6 milhão até 2016.

“O foco do setor nos próximos anos têm de ser a classe C, que é uma classe média, e não as classes mais baixas, D e E, que estão diminuindo”, diz Vale.

Os financiamentos residenciais no Brasil atingiram o pico histórico de quase 700 mil unidades em 2009, comparado a cerca de 250 mil em 2004. O maior salto foi nos financiamentos concedidos pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE),cujo volume financeiro subiu de R$ 2,2 bilhões em 2004 para R$ 30 bilhões naquele período. Os dados são do Banco Central e da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Mesmo com esse avanço, a participação do crédito habitacional brasileiro no PIB, de 3% em 2009, fica muito abaixo de países emergentes como México, China, Chile, Malásia e África do Sul, onde atinge respectivamente 9%, 10% e 14%, 30% e 34%.

Segundo a MB Associados, houve um aumento da participação do mercado de renda média, e de renda média baixa, na oferta de novos imóveis. Vale tem dados levantados pela incorporadora Cyrela, que mostram que a fatia do segmento “econômico”, no total de lançamentos de imóveis residenciais na Grande São Paulo, ampliou-se de 31% para 45% entre 2004 e 2009. No Rio de Janeiro, a categoria “econômica” saltou no mesmo período de 17% para 29% do total de lançamentos. Os imóveis econômicos são definidos como aqueles com preço entre R$ 1,9 mil e R$ 2,7 mil o metro quadrado.

PARA ENTENDER

Na direção oposta, classes D e E encolhem

A demanda habitacional potencial calculada pela MB Associados é o número de novas “famílias” que se formam, incluindo quem mora sozinho, mas excluindo o déficit habitacional.

A classe C terá uma demanda de 10 milhões de residências até 2016, e as classes D e E, que encolherão, terão queda de demanda de 2,4 milhões no período.

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Construtora MRV ‘’surfa a onda” do boom residencial

Fernando Dantas e Talita Figueiredo – O Estado de S.Paulo

A construtora MRV, com sede em Belo Horizonte e empreendimentos espalhados por diversas partes do Brasil, é um exemplo da força da classe C no mercado residencial. Com foco em famílias com renda entre três e sete salários mínimos, a empresa tem crescimento exponencial.

Em 2006, as vendas contratadas foram de R$ 206 milhões, equivalentes a aproximadamente 2 mil unidades. Para 2010, a projeção é de vendas de R$ 4 bilhões, relativas a 40 mil unidades. Em 2009, as vendas foram de R$ 2,8 bilhões, ou 28 mil unidades.

“Estamos surfando esta onda”, diz Leonardo Correa, vice-presidente financeiro da MRV. Ele acrescenta que o valor médio dos apartamentos vendidos pela MRV é de R$ 100 mil, e o típico comprador tem renda familiar de R$ 2 mil a R$ 3 mil. “Com renda de R$ 2 mil, estamos falando de um pedreiro casado com uma empregada doméstica”, ilustra Correa. Uma parte considerável dos clientes da MRV tem direito a subsídios do programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal.

Para o executivo, o mercado de imóveis novos no Brasil pode triplicar ao longo dos próximos anos em relação aos níveis de 2007 e 2008, chegando a 1 milhão de unidades anuais. “Uma das razões pelas quais acreditamos no nosso negócio é a demografia”, diz Correa, referindo-se à formação de famílias próximas a 1,5 milhão por ano, superconcentrada na classe C.

Os irmãos Ademiel Santana Júnior, 26 anos, e Leandro Santana, 25, moradores da zona norte do Rio, ilustram a busca pela casa própria. Eles querem sair da casa dos pais, mas, por falta de dinheiro, resolveram morar juntos. No conceito utilizado para medir a demanda residencial potencial, Ademiel e Leandro criaram uma nova “família”.

Os dois buscam um apartamento que custe entre R$ 100 mil e R$ 120 mil, cujo financiamento caberá nos seus orçamentos, que somam pouco mais de R$ 2 mil mensais. “Precisamos de condições facilitadas e prestações baixas, já que é melhor dividir apartamento do que morar de aluguel”, afirmou Ademiel.

“Já fomos ver três construções diferentes e gostamos muito desse último”, acrescentou Leandro, referindo-se a um empreendimento da construtora CHL no Méier, na zona norte.

Postado por Luis Favre
Comentários
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2 comentários:

zcarlos disse...

Caro Saraiva,
Se puder divulgue o post que publiquei sobre a enquete da Times... Vamos colocar o Lula dentre os 100 mais influentes do mundo.
Grande abraço

http://contextolivre.blogspot.com/2010/04/lula-entre-os-100-mais-influentes-do.html

Anônimo disse...

Caro Zcarlos,
Já está lá e também já votei.
Tenha uma ótima noite de domingo.
Abraços,
Saraiva