Ontem eu publiquei aqui a nota da Folha de S. Paulo comentando as pressões das empreiteiras sobre o Governo para obterem melhores preços – e lucros – nas licitações de usinas hidrelétricas. Este lobby continua hoje com a divulgação de uma suposta nota técnica de Furnas e da Eletrobras – imaginem quantas cumplicidades se formam ali com estes contratos com empreiteiras – que apontaria a baixa lucratividade da Usina de Belo Monte com o valor máximo autorizado pelo Governo para a tarifa, de R$ 83 por Megawatt-hora.
Você vai ver no vídeo institucional aí em cima como é a obra, como funcionará a usina e seus planos para administrar os impactos sobre a região, sobretudo sobre a cidade de Altamira.
Não tenho condições de opinar tecnicamente sobre a formação dos preços da energia e creio que só quem estiver debruçado meses sobre o problema é que pode fazê-lo com segurança. Sei, porém, como as empreiteiras brasileiras – sem desmerecimento de sua capacidade técnica – estão acostumadas com sobrepreços e lucros altos. As privatizações que foram feitas no Brasil, com investimento baixo e lucro alto deixaram estes grupos com a boca torta pelo uso do cachimbo.
Por isso, acho que foi muito bom o “trancaço” que levaram ontem de Lula, quando este declarou que se o capital privado não quiser fazer a usina, o Estado a fará.
” Tivemos a coragem de transformar a Eletrobras numa holding, que possa ser tão forte como a Petrobras, que possa captar dinheiro no exterior. E se alguma empresa privada não quiser participar de uma obra, nós faremos a obra. Deus queira que elas queiram participar de todas. Porque, para nós, o ideal é essa parceria público-privada, mas se elas não quiserem fazer, se o preço estiver acima da conta, nós faremos por conta própria.”
Aí está porque temos que ter um estado forte e capaz tecnicamente. Se não o tivermos, seremos sempre reféns destes grandes grupos. Há lugar para todos num Brasil que se desenvolve, mas não lugares cativos, como as empreiteiras acostumaram-se a ter.
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