Presidente do Grupo Rosset conta como se aproximou do presidente Lula e decidiu reunir empresários para apoiá-lo nas eleições de 2002. Ivo Rosset conta a história do Grupo Rosset e diz que estuda abrir rede de franquias da Valisère
Reportagem Leticia Bragaglia
Rosset estuda entrada da Valisère no varejo
Clayton Netz – O Estado de S.Paulo
A os 68 anos, o empresário Ivo Rosset diminuiu o ritmo de trabalho. Mas a nova carga horária não é de causar inveja a muita gente. Rosset trabalha agora “apenas” de 10 a 12 horas por dia, pelo menos três a menos do que costumava ficar no escritório. O presidente do grupo Rosset- com faturamento de R$ 600 milhões e dono de marcas conhecidas, como Valisère e Companhia Marítima – pôs o pé no freio e deu início ao processo de sucessão da empresa criada por seu pai há mais de 70 anos. “Hoje divido o comando com meus dois irmãos, cada um é responsável por uma área”, disse Rosset à repórter Letícia Bragaglia, do site de Economia & Negócios do Estado, que publicará a íntegra desta entrevista a partir de hoje. “Há uma nova geração entrando no grupo, filhos, sobrinhos. A gente está delegando e observando para ver como a meninada anda.”
O tempo gasto por Rosset na sede da empresa diminuiu. Mas não a ambição dos seus planos para o grupo. O empresário da indústria está de olho agora no varejo. “Está na hora de descer um degrau no setor varejista”, diz. “Estudamos criar uma rede de franqueados da Valisère.”
Como o senhor planeja a sucessão na empresa?
Nós estamos agora num processo com uma consultoria internacional de Boston para fazer essa transição. Acredito muito na empresa familiar. Mas tem de ser um negócio muito bem estruturado, é preciso ter uma consultoria, tem de ter regras, tem de planejar muito bem o futuro.
Conheço vários casos bem sucedidos, inclusive o do nosso fornecedor de lycra, o grupo Koch, dos Estados Unidos, liderado por dois irmãos. Eles compraram todo o parque têxtil da DuPont. Eu vou ter um encontro com eles futuramente para conversar sobre essa transição.
E como foi atravessar o recente período de crise?
A crise mundial foi uma boa lição, tanto para o Brasil como para o empresário brasileiro. Acho que o Brasil nunca esteve tão bem preparado para enfrentar uma crise como esteve agora. Do nosso lado, também tivemos um trabalho feito durante anos. Você tem de estar sempre preparado para a crise. A diversificação de produtos que temos nos deu uma estrutura de competitividade e um mercado mais amplo, mais aberto. Mas o que realmente nos ajudou e ajudou todo o empresariado brasileiro foi o governo, que atuou no momento exato para estimular o consumo interno. Nós praticamente não sofremos com a crise.
Quais são os seus planos para o grupo Rosset?
Nosso plano é sempre de expansão. Temos investido, compramos uma empresa que era do nosso setor visando a exportação, mas ela acabou se tornando uma empresa para atender o mercado interno. Nós acreditamos muito no crescimento do País. Isso vem acontecendo. No ano passado, apesar da crise, o Grupo cresceu 12%. Neste ano, o mercado está ainda mais aquecido. E nosso pensamento é expansão, abrir mais o mercado, ir para outros segmentos.
O senhor fala em outros segmentos. Quais seriam?
Na Valisère, estamos sentindo que está na hora de começar a descer mais um degrau. Às vezes você sobe para a matéria prima e às vezes você desce para o setor varejista. Essa é uma área de negócios que estamos avaliando, para fazer uma expansão da Valisére junto com nossos clientes já existentes. Talvez criar uma rede de franqueados. Enfim, temos um pensamento nessa área, mas ainda não é nada oficial.
Postado por Luis FavreComentários Tags: Cia Marítima, empresários, empresas, franquias, Grupo Rosset, Ivo Rosset, Lula, textil, Valisère, varejo Voltar para o início
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