A operação que culminou na prisão do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, pivô do escândalo do mensalão tucano, na manhã desta sexta-feira (2) em Belo Horizonte, teve início com uma campana da polícia iniciada na segunda-feira (28).
Segundo o delegado Denilson dos
Reis Gomes, da Polícia Civil de Minas Gerais, uma equipe ficou
observando a movimentação de Marcos Valério durante a semana toda. Hoje,
por volta das 6h, a polícia interfonou e o próprio Marcos Valério
atendeu e perguntou quem era. Disseram que era da polícia da Bahia e que
investigavam o esquema.
A polícia esperou cerca de 30 minutos
na mansão de dois andares do empresário, que tinha três carros na
garagem: dois da marca Mitsubishi (Pajero e Outlander), e uma Toyota
SW4.
Ao deixar a sua casa, Marcos Valério deixou a filha e a mulher que olhavam da porta.
A casa de fica no bairro São Luís, na região da Pampulha, e tem uma guarita na frente, mas estava vazia hoje.
OPERAÇÃO
Pivô do escândalo do mensalão tucano,
Valério foi preso hoje em Belo Horizonte durante uma operação
deflagrada pela Polícia Civil da Bahia contra suspeitos de grilagem de
terras no oeste do Estado.
Ao todo, 15 pessoas foram presas
na Bahia, em São Paulo e em Minas Gerais. Valério e seus sócios da DNA
Propaganda foram detidos em Minas, segundo o delegado Carlos Ferro,
responsável pela investigação.
Segundo a Polícia Civil de Minas
Gerais, junto com Valério foram presos três ex-sócios das agências de
publicidade envolvidas no esquema do mensalão: Margareth Freitas e
Francisco Castilho (ex-sócios na DNA) e Ramon Hollerbach (ex-DNA).
Após a prisão, eles foram
apresentados à imprensa da capital mineira e em seguida foram para o IML
(Instituto Médico Legal) para fazer exame de corpo delito. Depois,
seguem para a Bahia com a equipe de policiais que foi até o Estado
prendê-los.
A Operação Terra do Nunca, como
foi batizada a ação deflagrada hoje, visava prender empresários e
funcionários de cartórios envolvidos em falsificação de documentos para
grilar terras.
Segundo Ferro, Marcos Valério
começou a ser investigado pela polícia baiana em 2010 após a
Procuradoria da Fazenda Nacional de Minas Gerais requisitar informações
sobre cinco fazendas apresentadas por ele em garantia em um recurso
contra a execução de uma dívida de R$ 158 mil com o fisco.
"Era só no papel. A matrícula
que originou o registro das cinco fazendas que o Marcos Valério
apresentou como garantia era um terreno de 360 metros quadrados", contou
o delegado.Da redação, com informações da Folha tucana.
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