Delfim Netto, CartaCapital
“Não restou dúvida que Dilma Rousseff soube
aproveitar a oportunidade de sua visita à feira de ciências em Hannover e as
conversas com a chanceler alemã, Angela Merkel, para sustentar com clareza que
o Brasil não vai deixar de usar todo o arsenal de medidas que julgar adequado
para defender sua economia dos danos colaterais causados pelo aumento de
liquidez decidido pelos países desenvolvidos para livrar do sufoco suas
combalidas economias.
Em entrevista à mídia internacional, a
presidenta disse que manifestou diretamente a Merkel sua preocupação com a
expansão monetária (o tsunami de liquidez) que ajuda a resolver problemas
internos dos sistemas financeiros na Europa e também nos Estados Unidos, mas
que resulta na desvalorização das moedas, com efeitos adversos para o comércio
exterior brasileiro e de muitos outros países emergentes. A chanceler alemã já
fizera circular que ia dizer a Dilma Rousseff que ela tem razão, explicando que
as megaoperações de liquidez são para dar tempo aos países do euro de
realizarem suas reformas. E que tais operações não mais se repetiriam.
O problema dramático é que a perspectiva do
tempo para as reformas é de três anos no mínimo e o tsunami está aí e vai
continuar produzindo destruição com o excesso de entrada dos dólares nos
emergentes, dentre os quais o Brasil. Estamos recebendo muito mais capitais, a
título de “investimento”, mas que na realidade são empréstimos intercompanhias
ou pura especulação em busca de resultados pelo diferencial de juros. É certo
que o processo de redução da Selic ajuda (a taxa caiu 0,75 na reunião do Copom
da quarta-feira 7), mas ainda leva tempo para neutralizar a diferença.”
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