Em encontro com militantes, pré-candidato tucano e aliados começam a ensaiar discurso para explicar abandono da prefeitura em 2006
Ricardo Galhardo, iG São Paulo
O pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo José Serra disse na noite de quinta-feira, em evento com militantes tucanos na Vila Prudente (Zona Leste), que nunca deixou de cumprir uma promessa sequer em toda sua carreira política.
O pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São
Paulo José Serra e o secretário estadual do Meio Ambiente, Bruno Covas,
em noite de encontro com militantes Foto: AE
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“Tudo que prometi na minha vida pública eu cumpri”, disse Serra que, em 2006, renunciou à prefeitura para disputar o governo de São Paulo apesar de ter assinado um compromisso proposto pelo jornal “Folha de S. Paulo” de ficar até o final do mandato.
Serra disse que cumpriu todas suas promessas quando foi secretário de
Planejamento no governo Franco Motoro, deputado federal, senador,
ministro do Planejamento e da Saúde no governo Fernando Henrique
Cardoso, prefeito e governador.
“Como ministro da Saúde fiz até mais. No discurso de posse, não
prometi os genéricos”, disse ele durante o evento, que reuniu 286
militantes tucanos da Zona Leste - a maioria deles, apoiadores do
deputado federal Bruno Covas, que abriu mão de sua candidatura em favor de Serra.
Na sequência, o pré-candidato relativizou a declaração dizendo que
sempre realizou entre 80% e 90% de seus programas de governo. Nos
pronunciamentos, Serra e seus aliados começaram a ensaiar o discurso
para explicar o abandono da prefeitura, em 2006, destacado com frequência pelo seu provável rival, Fernando Haddad (PT).
O deputado federal Walter Feldman falou diretamente sobre o assunto,
dizendo ficar chateado com a forma como a imprensa trata o caso. Segundo
ele, Serra não abandonou a prefeitura, ao contrário, exerceu uma
espécie de “cogovernança” ao assumir o governo do estado e deixar o
vice, Gilberto Kassab, e quase toda sua equipe na administração
municipal.
“Ele saiu antes para não perdermos a oportunidade de termos a prefeitura e o estado”, explicou o deputado.
Serra não tocou diretamente no assunto da renúncia mas elencou
argumentos em seu favor. Segundo ele, o parceiro natural da prefeitura é
o governo estadual, não o federal. “Até porque o governo fica aqui em
São Paulo”, disse ele.
Assim, ele teria feito mais pela cidade na condição de governador do
que na de prefeito. “No governo (Serra), nunca se fez tanto pela cidade
de São Paulo. Metrô, escolas técnicas. Levamos o MAC (Museu de Arte
Contemporânea) para o Ibirapuera”, afirmou.
Em seguida, o pré-candidato conclamou os militantes e candidatos a
vereador a divulgarem para o eleitorado as realizações do governo tucano
na cidade de São Paulo. “Quero ver os vereadores distribuindo folhetos
nas estações de metrô”, disse Serra.
O tucano também indicou a intenção de reorganizar a divisão
administrativa da cidade entre as subprefeituras. Ele criticou, por
exemplo, o fato de uma parte da Moóca estar submetida à subprefeitura da
Sé, que tem outras prioridades. Apesar da intenção, o pré-candidato
demonstrou dificuldade em identificar as áreas de atuação de cada
subprefeitura. “Nunca fui bom nisso”, justificou.
*Colaborou Bruna Carvalho, iG São Paulo
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