Do Viomundo - publicado em 24 de junho de 2012 às 23:28
Mercosul suspende Paraguai da próxima cúpula do bloco
via MVM News
Em comunicado conjunto, Argentina, Brasil e Uruguai anunciaram decisão de retirar país de encontro em Mendoza após impeachment relâmpago de Fernando Lugo
O Mercosul decidiu neste domingo suspender a participação do Paraguai da próxima cúpula do bloco, que será realizada na próxima sexta-feira na Argentina e na qual serão discutidas que medidas tomar em relação ao país após o impeachment de Fernando Lugo.
Em comunicado conjunto, Argentina, Brasil e Uruguai anunciaram sua decisão de “suspender o Paraguai, de forma imediata e por este ato, do direito a participar da 43ª Reunião do Conselho de Mercado Comum e Cúpula de Presidentes do Mercosul”.
O bloco sul-americano, do qual o Paraguai é sócio fundador, também vetou a participação do Paraguai das reuniões preparatórias para a cúpula do Mercosul, que serão realizadas na cidade argentina de Mendoza.
A medida foi adotada, segundo argumenta a declaração, em consideração ao Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático no Mercosul, assinado em 24 de julho de 1998, e que determina “a plena vigência das instituições democráticas” como “condição essencial para o desenvolvimento do processo de integração”.
No comunicado, Argentina, Brasil e Uruguai e os países associados Chile, Peru, Venezuela, Bolívia, Equador e Colômbia expressaram a mais “enérgica condenação à ruptura da ordem democrático ocorrida na República do Paraguai, por não ter sido respeitado o devido processo” no julgamento político de Lugo, destituído na sexta-feira passada.
A declaração afirma ainda que os chefes de Estado considerarão na próxima sexta-feira, em Mendoza, novas “medidas a serem adotadas”.
“O Brasil deve procurar tomar todas as decisões futuras em relação à situação política no Paraguai da forma mais multilateral possível, no âmbito do Mercosul e da Unasul. A suspensão está confirmada e espera-se que até dezembro, quando o Brasil sediará uma cúpula do Mercosul, o assunto já esteja equacionado”, disse a assessoria do Ministério das Relações Exteriores brasileiro.
Na sexta-feira o Congresso paraguaio aprovou o impeachment do então presidente do país, Fernando Lugo, e deu posse a seu vice, o liberal Federico Franco. O processo relâmpago recebeu inúmeras críticas e alguns vizinhos regionais retiraram seus embaixadores do país para consultas.
Neste domingo, Lugo pediu que a democracia retorne ao seu país e anunciou que irá apoiar todas as manifestações pacíficas para que a abalada ordem institucional seja restabelecida. O ex-chefe de Estado anunciou que irá para Mendoza, na cúpula regional, para explicar a situação no Paraguai.
Unasul
Neste domingo, uma fonte do alto escalão do governo brasileiro disse à agência Reuters que o Paraguai deve ser suspenso do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) após o impeachment de Lugo.
Segundo essa fonte, que falou sob condição de anonimato, o governo brasileiro tem mantido contato com autoridades de outros países da região e acredita-se que existe um consenso para a suspensão do Paraguai na semana que vem, para quando está marcada uma reunião de cúpula do Mercosul em Mendoza, na Argentina.
“O ponto é transformar esse novo governo (paraguaio) em um pária”, disse a fonte à Reuters.
Segundo a fonte do governo brasileiro, o embaixador do país em Assunção, chamado de volta para consultas, não deve retornar ao Paraguai. Essa autoridade disse ainda que o Brasil não pretende romper completamente suas relações com o Paraguai por conta de interesses brasileiros no país, como a usina hidrelétrica binacional de Itaipu.
A fonte disse ainda que o governo brasileiro não manterá contatos com Franco e manterá sua tradição de atuar no caso por meio de organismos multilaterais. Essa estratégia, segundo a autoridade, tem o objetivo abrir um precedente que deixe claro a gravidade das consequências de fatos como o ocorrido no Paraguai.
Especificamente, a meta é garantir que nada parecido aconteça em outros paises, como Bolívia e Peru. “Essa é uma reação institucional que mostrará aos outros as consequências negativas de uma medida agressiva como essa”, completou a fonte.
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Com suspensão do Paraguai, Mercosul pode aprovar adesão da Venezuela
do Opera Mundi, via Grupo Beatrice
Aprovação no Senado paraguaio, que depôs o presidente Fernando Lugo, era o último entrave à entrada dos venezuelanos no bloco
Com a suspensão do Paraguai na Cúpula do Mercosul, que será realizada a partir desta quarta-feira (27/06), na Argentina, os países do bloco consideram a possibilidade de aprovar a inclusão da Venezuela como membro permanente, segundo fontes diplomáticas consultadas pelo Opera Mundi.
A suspensão do novo governo paraguaio na 43ª Reunião do Conselho de Mercado Comum e Cúpula de Presidentes do Mercosul foi anunciada neste domingo (24/06) em um comunicado conjunto dos governos da Argentina, Brasil e Uruguai. A decisão foi tomada em repúdio à deposição do presidente Fernando Lugo, na última sexta-feira (22/06), que viola a cláusula democrática do bloco regional.
As intenções de inclusão da Venezuela para o fortalecimento econômico do bloco tiveram início em 2005, quando o país solicitou a adesão como sócio pleno. Na última cúpula, realizada em dezembro do ano passado, em Montevidéu, a proposta foi discutida, mas encontrou resistência do parlamento paraguaio. Segundo as regras do bloco, a medida necessita apoio dos poderes Executivo e Legislativo dos países sócios.
Atualmente, a Venezuela tem um status de Estado em processo de adesão ao Mercosul, enquanto outros países, como Bolívia, Chile, Peru, Colômbia e Equador, são membros associados.
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PITACO DO ContrapontoPIG
Aproveitar a oportunidade de permitir a entrada da Venezuela, seria uma troca excelente para o Mercosul.
Seria, além disso, uma espécie de 'contra-golpe' que este congresso paraguaio receberia em troca da sua canalhice.
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